segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Gastando Sola faz três anos de estrada - venha comemorar caminhando conosco!!

Em setembro o Gastando Sola Mundo Afora completa 03 anos de existência. E para comemorar no melhor estilo dos gastadores de sola fechamos uma parceria com a Agência Mila Turismo  - que é especialista em montar roteiros sensacionais - para realizar um tour no Morro de Santa Teresa, o bairro mais charmoso do Rio de Janeiro. Será uma caminhada entre amigos a ser efetuada no próximo dia 08 de outubro, onde os presentes irão desfrutar dos atrativos de Santa e participar do sorteio de diversos brindes úteis e divertidos.

A participação é gratuita, mas limitada a 20 vagas. Por isso estamos promovendo um sorteio entre os interessados e a condição para participar é curtir nossa página no Facebook. Para se inscrever no sorteio, clique aqui.



Venha Gastar Sola em Santa Teresa!


Quando: dia 08 de outubro
Onde: o ponto de encontro será na Sala Cecília Meirelles, no Centro do Rio

Roteiro:
  • Escadaria Selaron;
  • Convento de Sta Teresa (caso esteja fechado, visitação externa);
  • Parque das Ruínas;
  • Museu Chácara do Céu;
  • Largo do Curvelo;
  • Largo dos Guimarães;
  • Museu do bonde;
  • Museu Benjamim Constant.

Recomendamos o uso de calçados confortáveis, de preferência tênis.

Não esqueça de trazer sua câmera fotográfica e depois enviar suas fotos para participar da nossa galeria virtual!!

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

De volta à Terra da Seresta - Conservatória - RJ

Estivemos em Conservatória pela primeira vez em 2013 e ficamos encantados com a atmosfera interiorana deste pequeno distrito de Valença. Nessa ocasião, ainda pudemos acompanhar um grupo de seresteiros que saiu em caminhada noite adentro tocando, cantando, se divertindo e fazendo a alegria de todos que se reuniam a eles atendendo ao convite irrecusável das violas.

Antiga estação ferroviária, hoje rodoviária de Conservatória

Aproveitando o evento Encontro Conservatória, promovido pelo Projeto Fotografando Pelo Rio. voltamos à Terra da Seresta nos dias 30 e 31 de julho deste ano. O lugar em si até não mudou muito, mas ficamos com a impressão que o sucesso e a fama acarretaram um fluxo excessivo de turistas para um lugar que já não comporta mais tanta gente. Nas duas ruas principais do centro as residências foram convertidas em pontos de comércio e por vezes fica até difícil caminhar por ali devido ao aglomerado de pessoas.

O que não significa que Conservatória perdeu seus encantos. Sabendo olhar, percebe-se que o estilo de vida rural ainda está presente no dia-a-dia de muitos de seus moradores. Hábitos há muito esquecidos nas grandes cidades, como sentar na calçada para apreciar o movimento, chamar pelo nome seus vizinhos ou dar aquele dedo de prosa com os passantes, continuam ativos por aqui.

Apesar do crescimento, ainda há espaço para um dedo de prosa

Outro ponto que continua a chamar a atenção é a arquitetura, principalmente no que diz respeito as famosas janelas de Conservatória. Estes adornos ricamente elaborados já foram sinal de prosperidade de seus proprietários e dificilmente podem ser encontrados em outro local. Para quem curte, é um prato cheio.

As janelas são um bom motivo para visitar a região

E por falar em obras de arte em madeira, é aqui em Conservatória que a artista Cristina Painhas mantém seu ateliê Arte em Oratórios. Das mãos mágicas de Cristina saem capelinhas, presépios e oratórios que chamam a atenção tanto pela beleza quanto pela singelesa das cores e formas. São itens totalmente artesanais e exclusivos, coisa rara de se encontrar nestes tempos de artesanato feito em série.

E se depois de gastar sola curtindo as belezas da cidadezinha bater aquela fome recomendamos o Restaurante Boemia, onde D. Tânia e família oferecem um buffet de comida caseira temperada com muita simpatia.

Confira estas e outras imagens nos perfis do GSMA nas redes sociais:
Facebook: álbum Gastando Sola na Terra da Seresta;
Instagram: utilize a hashtag #gsmaconservatoria.
A seguir separamos algumas das principais atrações oferecidas aos visitantes em Conservatória.

Cachoeira da Índia


Apesar de ser um dos pontos turísticos mais visitados de Conservatória, poucos sabem que a misteriosa figura que dá nome ao local tem nome e se chama Araris. Depois da primeira viagem nossa equipe foi atrás desta história e contou tudo num post exclusivo sobre ela (leia clicando aqui!).

Araris, a bela e enigmática figura que todos conhecem por Índia da Cachoeira

A estátua fica no Balneário Municipal João Raposo, distante uns dois quilômetros do centro de Conservatória. O entorno foi revitalizado e agora conta com um quiosque que oferece bebidas geladas e refeições - comida mineira feita em fogão à lenha.

Balneário conta com boa infraestrutura

Quem gosta de caminhar pode ir a pé, pois o caminho é bem tranquilo e não há como se perder. E aqueles que preferirem ir de carro poderão estacionar sem custo dentro do balneário.

Cachaçaria Vilarejo


E por falar em cachoeira, bem pertinho dali há uma outra atração que certamente vai interessar os que preferem a água que passarinho não bebe: a Cachaçaria Vilarejo.

 Além da marvada propriamente dita o visitante pode degustar várias outras especialidades da casa, como licores e rapaduras, por exemplo. A loja é bem organizada e os atendentes atenciosos.


Tonéis onde a cachaça é envelhecida

A adega onde é envelhecida a cachaça, muito boa por sinal, também é aberta a visitação. Entretanto não é recomendável para quem sofre de alergias devido a alta umidade do local.

O Túnel Que Chora


Segundo contam os antigos, em tempos idos a água vertia em tal quantidade que alagava a passagem. Hoje em dia um fraco gotejamento forma algumas poças pelo chão. O interessante é que isso parece não incomodar os visitantes que se divertem em cruzar o túnel de um lado ao outro.

O túnel foi escavado por escravos

Ao visitar esta atração fique atento! Embora seja uma atividade para pedestres o fluxo de veículos é grande e há pouco espaço no interior do túnel.

Serra da Beleza


Fica um pouco distante do centro e é preciso ir de carro até o mirante localizado nas margens da rodovia, mas podemos garantir que vale a pena a viagem. A serra por si só justifica seu nome e a fama de seu por de sol não fica atrás. Diariamente diversos espectadores se reúnem para apreciar esse belo espetáculo da natureza.

Pôr do sol na Serra da Beleza, uma atração que vale a pena

E se você é daqueles que acredita que a verdade está lá fora talvez seja o caso de estender um pouco mais a visita. A Serra da Beleza também é internacionalmente conhecida por ser um ponto de avistamento de OVNI´s.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Trilha Salcantay - 4º dia - seguindo os passos de antigos peregrinos - Salcantay -Peru

Este post é uma continuação de Trilha Salcantay - 3º dia - vamos a La Playa!

A terceira noite esteve longe de ser agradável, pois passei boa parte do tempo tentando dormir, apesar da música muito alta e gente berrando ao lado da minha barraca. Por isso, na manhã seguinte, um pouco irritado, fui ter com o guia para relatar meu desconforto com a situação.

Acampado junto aos vizinhos barulhentos

Christian, o guia, ficou um pouco sem jeito e disse que não esperava que a festa fosse até tão tarde. E que a responsabilidade, na verdade, era do guia que acompanhava o grupo de baderneiros.

- Certamente! - respondi. Mas porque ele não tomou uma atitude?

- Porque ele também estava bêbado, Sr. Paulo ... retrucou Christian um tanto envergonhado.

Depois dessa instrutiva conversa fomos ao café. Nossa mesa era ao lado da cozinha onde Alejandro, o cozinheiro, preparava a refeição ouvindo rádio. Era possível escutar uma melodia tipicamente andina, acompanhada por alguém que cantava em quéchua. Christian explicou que se tratava de Huayno, um estilo de música regional que está ganhando cada vez mais adeptos no Peru graças a valorização da cultura inca tradicional. Segundo ele os grupos Huaynos Antiguos, Los Campesinos e Los Boemios são os melhores no momento. Fica a dica.

Voando alto


Conforme havíamos combinado na noite anterior, o transporte da Vertikal - empresa que opera a tirolesa - estava a postos aguardando os corajosos que haviam topado o desafio. Apenas umas quatro pessoas não aderiram e seguiram a pé até a hidroelétrica, ponto de partida para a última etapa da Trilha Salcantay.

Embarcamos no ônibus e ficamos aguardando até que los festeros chegassem. Como a farra fora até muito tarde ontem a maioria estava de ressaca e um tanto lerda. Saímos às 08:00 e em 15 min chegamos ao local.

A atividade iniciou com a colocação do equipamento de segurança: capacete, luvas de couro e cinto de segurança. O custo foi de S/100,00 mais uma taxa de S/ 30,00 para as fotografias feitas pela própria equipe durante o desenrolar do passeio. O percurso completo possui mais de 3 km de extensão divididos em 4 linhas e uma ponte suspensa. Numa das etapas é possível realizar o percurso de ponta cabeça e noutra deitado, o chamado estilo condor.

Para o alto e avante!

Após uma breve explanação sobre o funcionamento dos equipamentos e dicas básicas de segurança, fomos até o ponto inicial. Para começar, uma linha de um quilômetro a uns 250 m de altura! Confesso que parado a beira daquele abismo hesitei por alguns momentos, mas depois que decidi me lançar e a adrenalina entrou no sangue a vontade era de voar cada vez mais alto.

Membro da quipe de apoio resgata um praticante que parou no meio do caminho

Outro ponto alto foi a travessia da famosa Ponte Inca, uma estrutura de tábuas bem espaçadas suspensa entre duas colinas que é tudo, menos estável - cada passo é um frio na barriga. Boa parte da diversão consiste em segurar nos cabos de aço e balançar um pouco para ver os colegas tentarem se equilibrar!!! E esteja preparado por que alguém mais vai ter esta mesma ideia ...

A hidroelétrica


Por volta das 10:30 encerramos a visita à Vertikal e embarcamos no ônibus que nos levou até o ponto de partida para a última etapa da Trilha Salcantay.

Às 11:30 desembarcamos na localidade conhecida como Hidroelétrica, assim conhecida devido a proximidade com as instalações da geradora de energia, mas que na verdade é a estação final do trem que vai até Águas Calientes.

Estação Hidroelétrica

O leito dessa ferrovia segue sobre um caminho construído pelos incas que conectava Cuzco a vários centros cerimoniais, inclusive Machu Picchu, e era muito utilizado pelos antigos habitantes em suas peregrinações religiosas. Em 1916 esse caminho foi completamente destruído, com a remoção das pedras do calçamento original para dar passagem aos trilhos. Felizmente alguns sítios arqueológicos mais afastados não foram tão duramente afetados e permanecem de pé, como marcos desta ancestral rota de peregrinação. Assim, passamos por um antigo local de culto ainda bem conservado, com a Intiwatana, fonte de água para os ritos, nichos para múmias e uma área para depósito de oferendas. Intiwatana, para quem não sabe, é o local onde se amarra o Sol, ou seja, o altar do deus Inti.

Intiwatana do centro cerimonial próximo à hidroelétrica

A distância da estação à Àguas Calientes é de aproximadamente 10 km e a caminhada é feita seguindo os trilhos da ferrovia. Há também uma estação naquela cidade, mas o custo da passagem é proibitivo para boa parte dos peruanos e mochileiros em geral. Por esta razão, no lugar dos peregrinos originais, atualmente este caminho é utilizado por um expressivo número de turistas que utilizam o trem que sai da hidroelétrica em busca de uma tarifa mais acessível. Inclusive há serviços regulares de vans que fazem o roteiro Cuzco x Hidroelétrica x Cuzco de olho neste nicho de mercado.

Durante o trajeto cruzamos por vários grupos que voltavam da visita à Machu Picchu e a pergunta era sempre a mesma:

- Falta muito até a estação?

Caminhada é feita sobre o leito da ferrovia

A caminhada em si foi tranquila, sem alterações no caminho. A dificuldade ficou por conta da brita utilizada na manutenção da estrada de ferro, que cobre praticamente todo o percurso. É mais ou menos como caminhar sobre areia macia. No início não faz muita diferença, mas aos poucos o esforço extra exigido para manter o equilíbrio e a passada começam a fazer diferença. No meu caso, havia ainda um outro problema: como estava com o dedão machucado a instabilidade do terreno exigia que forçasse mais o pé, fazendo doer o ferimento.

Por ai não!


Já próximo a Águas Calientes paramos para descansar. Passado algum tempo - como estava me sentindo bem disposto - disse ao guia que iria na frente seguindo os trilhos. Christian concordou e ficou combinado que ele me alcançaria mais adiante no caminho.

Em determinado ponto passei por uma área de oficinas da ferrovia e, meio distraído, segui caminhando. Entretanto notei que um dos funcionários havia ficado olhando para mim com um ar meio estranho, mas não dei bola. Passado algum tempo escutei alguém chamando ao longe:

- Sr. Paulo! Por ai não Sr. Paulo!!

Olhei para trás e vi o guia correndo em minha direção.

- Sr. Paulo, não podemos seguir por este caminho. Mais adiante tem um túnel e é proibido passar a pé  por motivos de segurança.

Segundo Christian, depois de minha partida, ele havia ficado descansando por mais alguns minutos confiante que seria fácil me alcançar devido ao meu passo lento. Entretanto, quando retomou a marcha eu já havia sumido de vista (certamente devido a vontade de chegar no hotel e tirar as botinas!). No meio do caminho ele encontrou o tal funcionário que indicou por onde eu andava e se deu conta que eu continuara em frente, ao invés de tomar o desvio que contornava o túnel.

Felizmente o retorno até a encruzilhada da trilha não era muito distante e seguimos em frente por mais alguns minutos, quando então alcançamos Águas Calientes e demos por concluída a tão famosa Trilha Salcantay.


Este post é uma continuação de Trilha Salcantay - 3º dia - vamos a La Playa!

Veja os álbuns com as fotos de cada dia de trilha em nossa página no Facebook:
Trilha Salkantay - 1º dia de Mollepata a Soraypampa;
Trilha Salkantay - 2º dia de Soraypampa a Collpapampa;
Trilha Salkantay - 3º dia de Collpapampa a Santa Teresa;
Trilha Salkantay - 4º dia - Tirolesa e caminhada desde a hidrelétrica até Águas Calientes;
Trilha Salkantay - 5º dia - Visita à Machu Picchu.

Seguindo o modelo da viagem anterior, quando realizamos a Trilha Inca, iremos alternando entre fotos e relatos de modo a transmitir o mais fielmente possível as emoções desta jornada.

Acompanhe nossas publicações no Instagram através da hashtag #gsmasalcantay.