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segunda-feira, 8 de junho de 2015

Feira de Antiguidades da Praça XV - Rio de Janeiro - RJ

Na Feira de Antiguidades da Praça XV se encontra de tudo um pouco, literalmente: de botões a gibis, de chaveiros a faqueiros de prata e de jóias a pedaços de brinquedos. Bem organizada, com setores distintos para cada tipo de atividade, bancas padronizadas e até praça de alimentação, a Feira reproduz em cada banca uma pequena porção de caos, responsável por reunir e ofertar ao visitante pedaços da vida cotidiana de diferentes épocas.

Ferramentas restauradas e prontas para uso.

Antiguidades e oportunidades


A parte de antiguidades é o setor de maior prestígio da feira, e o mais conhecido, mas não é o único. Há também barracas que oferecem roupas usadas (um verdadeiro brechó a céu aberto), outras especializadas em brinquedos, mangás, animés, artigos fotográficos (várias!), ferramentas e as de artigos militares.

Nos tabuleiros que se enfileiram ao longo da praça é possível encontrar verdadeiras relíquias, mas é preciso estar atento. Normalmente elas estão ocultas por um amontoado de tralhas sem valor ou de gosto duvidoso e é preciso paciência para garimpar até encontrar algum achado precioso. Segundo os aficionados que encontramos revirando avidamente as quinquilharias expostas, a busca é sem dúvida a parte mais divertida do processo. A dica é chegar bem cedinho, quando os primeiros feirantes ainda estão montando suas bancas, pois assim fica mais fácil encontrar itens de valor.

Brinquedos nem tão antigos.

Uma rápida passagem pela feira revelou que:
  • Uma camisa feminina usada em excelente estado sai por R$ 10,00;
  • Uma armação de óculos importada, sem uso, por R$ 20,00; 
  • Um aparelho de barbear completo, com estojo, da década de 40, por R$ 30,00;
  • Uma faca de cangaceiro - legítima - por R$ 400,00;
  • Uma baioneta do fuzil Mauser, com bainha, por R$ 350,00 e
  • Uma câmera fotográfica Roleiflex - funcionando - a bagatela de R$ 1.500,00.

Barracas de roupas formam um brechó a céu aberto.

Um pouco de história


Tradicionalmente localizada embaixo da Perimetral, que veio abaixo em novembro de 2013, a Feira foi deslocada para o espaço ao lado do Paço Imperial. Embora a área seja ampla e muito próxima da antiga localização, os feirantes enfrentaram, e continuam enfrentando, algumas dificuldades de adaptação. A cobertura do antigo viaduto já não existe mais e a feira fica a mercê do tempo. Além disso, o arrastar das obras transformaram parte da Praça XV em terra arrasada e por muito tempo o acesso permaneceu fechado, dificultando a circulação dos frequentadores. Felizmente hoje a situação já está um pouco melhor e a Feira parece recuperar seu antigo prestígio.


Boa parte da Praça XV ainda sofre com as obras do Porto Maravilha.

A origem da Feira da Praça XV está ligada a duas feiras que tiveram início no final da década de 70: a Feira do Albamar - considerada a primeira feira de antiguidades do Brasil - e a Feira da Troca, cujo objetivo era a permuta de objetos pessoais. As duas ocorriam aos sábados nas imediações da Praça XV. A primeira era organizada pela Associação Brasileira de Antiquários - ABA e levou o nome de um famoso restaurante que existe no local. Já a segunda foi uma iniciativa da Prefeitura.

Com o passar do tempo e a rápida decadência da zona portuária, os membros da ABA decidiram trocar de localização, passando a se reunir na Praça Santos Dumont, na Gávea, onde estão até hoje. Os feirantes remanescentes deram continuidade e a feira acabou por tornar-se a Feira de Antiguidades da Praça XV em seu formato atual.

Com o projeto de revitalização da área, conhecido como Porto Maravilha, espera-se que tanto a praça como seu entorno recebam melhorias no que diz respeito aos aspectos urbanísticos, de limpeza e segurança para oferecer o conforto e tranquilidade que os feirantes necessitam para exercer suas atividades e voltar a atrair os frequentadores.

Fontes


FEIRA DE ANTIGUIDADES DA PRAÇA XV : serviço de anúncios. Grupo do Facebook. Disponível em https://www.facebook.com/pages/Feira-de-Antiguidades-da-Pra%C3%A7a-XV/456987777722473. Acessado em 07 jun. 2015.

FREITAS, Marcos. Fim da Perimetral não extingue tradição da Feira da Praça XV. Publicado em 02 dez. 2013.  Disponível em http://puc-riodigital.com.puc-rio.br/Texto/Cidade/Fim-da-Perimetral-nao-extingue-tradicao-da-Feira-da-Praca-XV-23698.html#.VXRWcs93nIU. Acessado em 07 jun. 2015.

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