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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Santo Elesbão e Santa Ephigênia - Rio de Janeiro - RJ

Enquanto gastávamos sola pelas ruas do centro em busca de imagens para o post sobre a SAARA (para ver a matéria, clique aqui) encontramos uma pequena igreja de portas abertas que, estranhamente, estava vazia, apesar do intenso fluxo de pessoas na região. O primeiro impulso foi seguir em frente, mas a curiosidade foi mais forte e acabamos entrando.

Tratava-se da Igreja de Santo Elesbão e Santa Ephigênia e o motivo para ela estar vazia estava logo na entrada: uma faixa pedindo contribuições para ajudar a custear as reformas do prédio.

No interior, andaimes e a desordem do mobiliário indicavam que as obras estavam em andamento. Várias imagens haviam sido deslocads de suas posições originais e estavam espalhadas pelo recinto. O que não deixa de ser preocupante, pois o risco de acidentes durante a reforma indica a necessidade de uma proteção mais eficiente e até mesmo a mudança de local destas imagens.



A entrada da igreja, com a faixa solicitando contribuições.
 A história desta igreja tem seu início nos anos que antecederam a 1740, ano em que a Irmandade de Santo Elesbão e Santa Ifigênia foi constituída e recebeu a aprovação episcopal. Até esta data, as imagens destes dois santos eram veneradas em uma residência particular, localizada na Freguesia da Candelária. Como o afluxo de fiéis era muito grande, achou-se por bem na época transferir as mesmas para a Igreja de São Domingos. Em 1747 deu-se início a construção do templo com a bençao da pedra fundamental.

Santo Elesbão e Santa Iphigênica, nobres africanos a serviço da fé dos escravos no Brasil.
A julgar pelo teor dos textos da época da aprovação da criação da Irmandade, a formação deste tipo de organização tinha por objetivo confortar os escravos e dar-lhes oportunidade de expressar sua fé em lugar próprio. Curiosamente, os atos emanados pelas autoridades também estipulavam que os senhores dos escravos deveriam contribuir pecuniariamente para manutenção das obras da Irmandade.

Um detalhe que impressiona na imagem de Santo Elesbão é a cruz empunhada como uma lança contra um homem branco tombado, em atitude de derrota. Segundo a lenda, este seria Dunaan, um judeu convertido que teria liderado uma revolta contra Elesbão, quando Rei Etíope. Dado o contexto escravocrata do século XVIII pode-se perguntar se a fama do santo entre os negros escravizados não teria vertente num sentimento revanchista.

Imagem de Nossa Senhora.



Diversas imagens encontram-se espalhadas pela igreja devido as obras de restauração.
A Irmandade de Santo Elesbão e Santa Ifigênica gozaram de prosperidade e prestígio por muitos anos. Ironicamente, as dificuldades começaram com o fim da escravidão, em 1888. Como a maioria de seus membros eram escravos, uma vez alforriados, tomaram diferentes rumos em busca de vida melhor, esvaziando os quadros e os fundos da agremiação. Isto sem falar que já não haviam mais senhores de escravos para contribuir financeiramente com a manutenção do templo. Assim, teve início um período de decadência que quase levou a ruína do prédio. Uma reforma de grande porte no início do século XX salvou o templo, mas muitas características originais acabaram por perder-se. É o caso do forro interno, que foi substituído por lambris de madeira.

Apesar das dificuldades, e talvez justamente por elas, esta igrejinha singela tem uma áurea própria, que convida o passante a contemplá-la. Vamos torcer para que esta nova, e necessária, reforma consiga mantê-la assim.

Obs.: A grafia do nome de Santa Ephigênia aparece segundo o contexto em que é citado, pois foi encontrada uma grande variação de formas de grafá-lo.

Saiba mais sobre a importância história desta igreja lendo o post Cemitério de Escravos no Centro da Cidade, clicando aqui.

Fonte:

Igreja de Santo Elesbão e Santa Efigênia. Wiki Urbs. Disponível em http://wikiurbs.info/index.php?title=Igreja_de_Santo_Elesb%C3%A3o_e_Santa_Efig%C3%AAnia Acessado em 10 fev. 2014.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Atravessamos a SAARA - Rio de Janeiro - RJ

Com o Carnaval chegando, é hora de reforçar o estoque de adereços para fazer bonito na hora da folia. Por isso, fomos gastar sola na SAARA, região que concentra um grande número de lojas e é bem conhecida não só pelos cariocas, pois muitos vem de longe para comprar aqui e revender em seus locais de origem.

A região da SAARA é o retângulo formado pela Av. Presidente Vargas,
Rua dos Andradas, Rua Buenos Aires e pelo Campo de Santana.

O nome vem da sigla formada pelas iniciais da  Sociedade dos Amigos e das Adjacências da Rua da Alfândega - SAARA. Na prática é um shopping popular a céu aberto, composto por 1200 lojas distribuídas em 11 ruas, abrangendo inúmeros ramos de atividade: confecções, cama, mesa e banho, brinquedos, ferragens, jóias, bijuterias etc... Há também uma, literalmente, praça de alimentação, pois a lancheria fica em frente a uma pracinha.

Aproximadamente 70.000 pessoas por dia circulam pela SAARA.

Considerando o calor senegalês que anda fazendo neste verão, circular pelas lojas em meio a tanta gente acaba por remeter ao calor do Saara africano (o deserto!). Então, se decidir conhecer a região, dê preferência pelos horários de temperaturas mais amenas.

Que tal um chapéu para dar aquele toque de classe e bom humor?

Embora exista uma grande variedade de lojas, com a aproximação do carnaval todas acabam investindo em máscaras, fantasias e adereços muito procurados pelos foliões.  Com isto quem ganha é o consumidor, pois a concorrência acaba por gerar uma considerável diferença de preço entre os estabelecimentos.

Fachada da loja Super Festas.

Alguns lojistas capricham na decoração para atrair a freguesia. Além disso, ações coordenadas pela Associação oferecem aos consumidores serviços de alerta, como a rádio SAARA. Por alto-falantes espalhados pelas ruas os locutores fornecem informações de utilidade pública e anunciam promoções.

Fantasias para todos os gostos e bolsos.

Mas não só de varejo vive a SAARA. Aqui também se encontra um mercado atacadista, principalmente na área de tecidos. É nele que os carnavalescos abastecem suas oficinas de confecção de fantasias para os grandes desfiles das escolas de samba.

Máscara de Clóvis.

Se você é um folião avulso ou um profissional do samba, não importa. Para quem deseja pular muito gastando pouco a SAARA é um oásis de economia.

SAARA

Como chegar:

  • metro: descer na estação Uruguaiana;
  • ônibus: descer na Av. Passos. Várias linhas fazem este trajeto, entre elas 107, 124, 125, 136, 157, 158, 176, 184, 210, 254, 277, 296, 298 e 310

Funcionamento: de segunda à sexta: 9:00 às 18:00   |    sábado e feriados: 9:00 às 13:00. Os horários podem variar de acordo com a época ou data festiva.

Fonte:

Compre na SAARA. Disponível em http://comprenasaara.com.br/portal/. Acessado em 08 fev. 2014.