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quarta-feira, 21 de maio de 2014

Ollantaytambo - Urubamba - Peru

Ollantaytambo é um dos sítios arqueológicos mais espetaculares do Peru, ficando atrás apenas de Machu Picchu. E é também a única cidade incaica que ainda é habitada até os dias de hoje. O lugar é repleto de histórias e cada pedra parece esconder um mistério que convida o visitante a explorar cada recanto em busca de respostas.

Destas histórias, a mais conhecida é uma lenda que conta a origem do nome como sendo uma homenagem a Ollantay, valente guerreiro que caiu de amores pela filha do Inca Pachacútec, a bela e inalcansável Cusi Coyllur. Pela tradição da época o matrimônio entre um plebeu e uma princesa era terminantemente proibido, mas os enamorados enfrentaram a ira do rei e travaram uma guerra pelo direito de permanecerem juntos. Ao final, com a morte de Pachacútec e a ascensão de seu irmão ao trono - que reconhecu a união dos dois - a paz foi selada e o povo andino foi integrado ao mundo incaico.

Um centro de produção de sementes com 1.500 anos de idade


Área de cultivo na enconsta da montanha, voltada para o nascente.

Estudos recentes demonstraram que no complexo de Ollantaytambo funcionou um centro de produção e distribuição de sementes altamente desenvolvido. Os terraços agriculturáveis foram erguidos na encosta de uma montanha voltada para o sol nascente, de modo a aproveitar da melhor forma possível a área de cultivo e a luz necessária para o desenvolvimento das plantas.

Detalhe dos terraçõs onde eram cultivadas as sementes.

Cada setor destes terraços era destinado ao cultivo de uma variedade de cultura, como milho e batata, por exemplo, com o único propósito de produzir sementes, que uma vez colhidas eram armazenadas em silos construídos na encosta da montanha em frente. Estes silos foram construídos de tal forma que mesmo em dias de sol a temperatura permanece baixa, facilitando a conservação dos alimentos.

Vista parcial do complexo, com  silo na encosta da montanha.

Posteriormente estas sementes eram enviadas as províncias que se encarregavam da produção agrícola, garantindo, desta forma, o fornecimento regular de alimentos para todo o império.

Tursitas em visita ao sítio arqueológico.

Um rosto na montanha


No ponto mais alto da montanha onde foram construídos os terraços encontra-se o Templo do Sol, inacabado em função da invasão espanhola que obrigou os construtores a abandonarem o local. Os antigos incas eram habéis na astronomia e deixaram vestígios importantes sobre como controlavam as estações do ano aqui em Ollantaytambo.

Na montanha em frente foi esculpido o perfil de um rosto masculino de tal maneira que, para um observador postado no Templo do Sol, no dia 21 de junho (solstício de inverno), o sol surge exatamente no ponto correspondente ao olho. Assim os sacerdotes acompanhavam a aproximação dos períodos de semeadura e colheita, datas fundamentais para uma sociedade que dependia basicamente da agricultura para sobreviver.

Perfil de um rosto esculpido na montanha.

Pedras finamente trabalhadas

Ollantaytambo também é conhecido pela qualidade de suas construções, onde cada pedra é trabalhada de forma independente em relação às outras, com lados, ângulos e volumes diferentes. A edificação das paredes através desta técnica visava dar mais segurança contra terremotos, pois assim as pedras resistem melhor à trepidação e não se deslocam com facilidade. Obviamente isto fazia com que as obras se estendessem por gerações, mas os antigos incas tinham conceitos muito diferentes do tempo, da vida e da função de cada indivíduo na sociedade, de modo que isto não era um problema.


Veja os álbuns de fotos sobre a viagem ao Peru em Abaretiba, nossa página no Facebook:
Trilha Inca Curta  - rumo à Machu Picchu;
Águas Calientes - reabastecer para continuar a jornada;
Machu Picchu  - um dia na cidade sagrada dos Incas.


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terça-feira, 20 de maio de 2014

Mercado de Corao - Peru

O Mercado de Corao fica na rodovia que liga Cuzco à Pisac e é formado por diversas barracas dedicadas a venda de artesanato. O local também é utilizado pelas operadoras turísticas como parada técnica, pois há uma área de alimentação e banheiros para uso dos visitantes.

Mercado de Corao.


Quem visita o Vale Sagrado logo percebe que existem diversos mercados como este espalhados pela região. Este tipo de comércio tem se desenvolvido notadamente nos últimos anos graças ao incentivo governamental que vê na atividade uma forma de alavancar o desenvolvimento econômico com base nos recursos trazidos pela indústria do turismo.


As lhamas dão um toque típico ao local.


A iniciativa é louvável, sem dúvida, mas os cursos de qualificação e as orientações dos consultores traz como consequência a produção de peças voltadas para o mercado. Ou seja, acaba por ocorrer uma certa padronização nas estampas, substituição das fibras naturais por sintéticas (mais baratas) e as peças passam a ser produzidas seguindo um design moderno e funcional, muito distante dos padrões oriundos da tradição.


Capas de caderno com estampas não tão tipicamente peruanas.


É bom que se diga que isto não significa ausência de qualidade. Significa apenas que para encontrar peças representativas da genuína e autência cultura peruana é necessário procurar um pouco mais e ir além dos mercados turísticos facilmente encontráveis por aqui.


Mochilas e tapeçaria estão entre os itens comercializados em Corao.


A dica é conversar com os atendentes e ficar atento a informações que são passadas muitas vezes de forma inadvertida. Por vezes a barraca é propriedade da família, que se divide entre a produção tradicional, normalmente para uso próprio ou da comunidade, e a comercialização de produtos voltados para o mercado turístico. Neste dia, enquanto falava com a vendedora, notei alguns objetos entalhados em osso e perguntei do que se tratava. Eram "cigarros" feitos em chifre, um engenhoso sistema para fumar tabaco picado sem a necessidade de enrolar em palha ou papel. Um achado!


Veja os álbuns de fotos sobre a viagem ao Peru em Abaretiba, nossa página no Facebook:
Trilha Inca Curta  - rumo à Machu Picchu;
Águas Calientes - reabastecer para continuar a jornada;
Machu Picchu  - um dia na cidade sagrada dos Incas.


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sexta-feira, 16 de maio de 2014

Tunupa Restaurant - Urubamba - Peru

Quando adquiri o pacote do passeio ao Vale Sagrado sabia que o almoço estaria incluído e que seria num dos restaurantes da região. O que eu não podia imaginar é que teria o privilégio de degustar minha refeição numa antiga sede de fazenda as margens do rio Urubamba e emoldurada pelas belas montanhas andinas.

Restaurante é antiga sede de fazenda.

Tunupa é o nome de uma antiga divindade da região dos Andes, responsável pelos raios e erupções vulcânicas - sem dúvida um grande contraste com a tranquilidade do lugar. A casa que abriga o restaurante foi reformada para receber os clientes num clima ao mesmo tempo rústico e elegante. A decoração de época busca preservar o aspecto original da construção sem comprometer o conforto e a funcionalidade necessários para bem servir.


Walter, o homem do ceviche.

O cardápio é bastante eclético e oferece opções que vão da cozinha internacional aos pratos típicos da região. No dia em que realizei a visita tive a oportunidade de provar o maiz tostado (variedade de milho graúdo torrado em panela de barro) e ceviche, ambos muito bem preparados. Aliás, neste dia decidi comer apenas produtos locais para ter uma idéia melhor de como seria uma refeição nos tempos dos incas. Ao maiz e ao ceviche vieram se somar papas (batatas) e uma variedade de saladas. Para acompanhar, uma Cusqueña (cerveja) bem gelada.


Rio Urubamba

Da varanda onde se localizava minha mesa era possível divisar um amplo jardim com alguns camelídeos sudamericanos (como as alpacas, lhamas e vicunhas são chamadas no Peru) e um trecho do rio Urubamba, responsável pela irrigação e fertilidade do Vale Sagrado. Esta área fica disponível para visitação e a caminhada é uma boa forma de fazer a digestão.


Um dos salões do Tunupa.


Também é possível circular livremente pelo interior da casa que, mesmo tendo sido adaptada para sua nova finalidade, permite ter uma idéia do esplendor dos tempos coloniais. Há inclusive uma capela que foi mantida como tal e a ela se pode ter acesso a partir do salão principal ou por uma passagem separada a partir da rua, sugerindo que as cerimônias ali realizadas são abertas a comunidade.

A capela fica anexa ao salão principal.

Tunupa Restaurant


Endereço: Km 77 da rodovia Pisac - Ollanta, Vale Sagrado dos Incas - Peru
Site: www.tunuparestaurante.com


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Trilha Inca Curta  - rumo à Machu Picchu;
Águas Calientes - reabastecer para continuar a jornada;
Machu Picchu  - um dia na cidade sagrada dos Incas.


Leia também o relato do primeiro dia: Cuzco - Peru, o artigo Cuzco, a versão cotidiana de uma cidade turística - Peru, o relato do caminho até Machu Picchu em Trilha Inca Curta e da experiência de estar em Machu Picchu em Machu Picchu - Peru.