segunda-feira, 31 de março de 2014

Corredor Cultural - Rio de Janeiro - RJ

O Corredor Cultural é uma iniciativa da Prefeitura do Rio de Janeiro cujo objetivo é preservar e revitalizar a área central da cidade com forte ênfase no potencial turístico da região. Teve início no final da década de 70 e abrange uma extensa área que inclui a SAARA, Largo de São Francisco e imediações, Lapa, Cinelândia e Praça XV.

Área reúne um rico acervo arquitetônico.


Por um lado o poder público concede isenção de IPTU e outros tributos, bem como se responsabiliza pela manutenção dos espaços públicos  (como praças, ruas, largos e calçadas), equipamentos urbanos, iluminação e arborização. Em contrapartida os proprietários dos imóveis se comprometem a seguir uma série de exigências quanto a finalidade de uso do imóvel e a não descaracterizar os elementos arquitetônicos das fachadas. Isto atraiu a atenção de investidores e a região ganhou um novo perfil de uso com atividades mais voltadas ao comércio, turismo, lazer e educação.

Retirada da Perimetral deve ser concluída em breve.


Com a conquista de grandes eventos mundias como a Copa do Mundo e as Olimpíadas um novo projeto  para a região está em plena fase de implantação, no qual se destaca a derrubada da Perimetral, um viaduto que cortava a Praça XV e que será substituído por vias subterrâneas. A idéia é remover este obstáculo visual que bloqueava a vista para a Baia da Guanabara e devolver à praça e suas imediações um visual mais próximo do original.

Casarões preservados no Centro Histórico.


E por falar nisto, passando pelo Arco do Teles em direção a rua do Ouvidor chega-se a uma das áreas mais antigas e mais bem preservadas do Corredor Cultural. Aqui as ruas tem calçamento de pedra, as igrejas são barrocas e os casarões centenários. Por aqui circularam os primeiros habitantes da cidade, mercadores e escravos, entre outros. Tiradentes conspirou nestas ruelas e o Duque de Caxias foi inquilino numa das muitas pensões que aqui existiam. Carlos Gomes e Olavo Bilac trocaram impressões sobre a cultura entre um gole de licor e outro e Primo Altamirando, célebre personagem de Sérgio Porto, certamente herdou boa parte de sua exuberante personalidade dos habitantes do lugar.

Rua do Ouvidor.


Ao contrário de outras eras, o corre corre de gente apressada para o trabalho foi substituído por mesas de bar que acolhem massas de turistas que fazem uma pausa entre um passeio e outro. Há opções para todos os gostos e bolsos. Na rua do Ouvidor o prato feito generoso sai por R$ 14,00 e a cerveja nacional por R$ 8,00. Na rua do Mercado há um inesquecível pastel de costela por R$ 5,00 a unidade. Vale a pena conferir!

domingo, 30 de março de 2014

Nenhum caminho leva ao Espaço Cultural da Marinha - Rio de Janeiro - RJ

Tapumes na Praça XV.

Ontem foi dia de gastar muita sola procurando o acesso ao Espaço Cultural da Marinha, infelizmente, sem sucesso. Devido as obras de derrubada da perimetral parte da Praça XV e da Av. Alfred Agache encontram-se bloqueados, o que é perfeitamente compreensível, diga-se de passagem. Em consequência o Espaço Cultural da Marinha encontra-se temporariamente fechado.


Tapumes no final da rua do Ouvidor.

O quê não dá para entender é como, numa cidade turística como o Rio de Janeiro, não há qualquer tipo de informação a respeito. Com centenas de metros de tapumes a disposição não encontramos sequer um cartaz informando sobre a interdição do acesso e/ou o fechamento temporário do Espaço. Nós e dezenas de turistas que se encontravam na mesma situação. Inclusive checamos o site da Marinha antes de decidirmos pela visita e nele consta os horários de funcionamento como se tudo estivesse normal!


Acesso bloqueado. Se não fosse o vigilante da obra ...

Depois de várias tentativas fomos informados por um dos vigias da obra sobre a interdição da passagem e o fechamento do Espaço da Marinha. Pelo menos este rapaz teve a preocupação de informar corretamente a situação, ao contrário dos responsáveis pelo transtorno.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Palácio do Catete - Rio de Janeiro - RJ


Em agosto deste ano o suicídio mais famoso da história brasileira completará 60 anos: a morte de Getúlio Vargas. O homem que chegou ao poder pela força das armas, foi deposto e voltou nos braços do povo era polêmico, ardiloso e um hábil estrategista. Tanto assim que completou a incrível marca de 15 anos à frente da nação, sento reverenciado até hoje como o Pai dos Pobres. Sem sombra de dúvidas Getúlio é uma das figuras mais controversas da política brasileira nos últimos tempos.

Getúlio, o filme


Retratar os últimos 19 dias que antecederam sua morte é um desafio que o diretor João Jardim decidiu enfrentar ao lado de um elenco de peso. Não por acaso, no próximo primeiro de maio, Dia do Trabalhador, estréia Getúlio com Tony Ramos no papel que dá nome ao filme. A história inicia com o episódio conhecido como o Atentado da Rua Toneleros, quando Carlos Lacerda sofre uma emboscada da qual sai ferido e um major da aeronáutica que o escoltava é morto. A partir dai o enredo envereda pelos eventos que desestabilizaram o governo Vargas a ponto de torná-lo inviável e ao desfecho que todos conhecemos.

Boa parte das filmagens utilizaram como locação o Palácio do Catete, que na época era a sede do poder executivo brasileiro. Imerso na trama que se desenrola na tela o espectador pode não se dar conta, mas o clima sombrio do palácio colabora para adensar o drama vivido pelos protagonistas.

Detalhe de um dos chafarizes do jardim do palácio.

Com a morte de Getúlio seus sucessores passaram a evitar o local por considerá-lo de mau agouro e a mudança da capital para Brasília acabou por selar o destino do prédio. Atualmente sedia o Museu da República e seus jardins estão abertos a visitação pública, sendo muito utilizados como palco de diversos eventos artísticos e culturais.


Elementos decorativos incluem os símbolos da república.

Museu da República


Por seu valor histórico e arquitetônico, o Museu da República tornou-se ponto turístico obrigatório e suas exposições permanentes incluem mobiliário de época, obras de arte e peças representativas dos diferentes períodos da república brasileira. Na parte superior, o famoso quarto no qual Getúlio Vargas deixou a vida para entrar para a história é mantido inalterado.

Pijama exibe furo da bala que matou Getúlio Vargas.

 

Jardins do Palácio são uma atração à parte


Diversas atrações residem entre as alamedas protegidas por árvores centenárias, incluindo-se ai parquinho infantil, monumentos, estatuária que remete ao período clássico e à mitologia greco-romana, coreto, um majestoso chafariz e a antiga garagem presidencial. Bancos estrategicamente colocados nos recantos mais aprazíveis estão a disposição daqueles que vem para uma boa leitura, namorar ou simplesmente aproveitar o ambiente. Aos domingos, servem de palco para a Turma da Melhor Idade que se reúne para tocar, cantar e dançar sucessos de todos os tempos.

Jardins do palácio estão abertos a visitação gratuitamente.

Num prédio anexo, com entrada pelo jardim, o Museu do Folclore mantém uma simpática lojinha com artigos oriundos dos rincões mais distantes (leve dinheiro, pois não trabalham com cartões). No momento a sede do Museu passa por reformas e a exposição permanente encontra-se fechada e sem previsão de data para reabrir. Permanecem abertas, além do ponto de comercialização, a Galeria Mestre Vitalino, a Biblioteca e a Sala do Artista Popular. Nesta Sala são realizadas exposições temporárias onde artesãos selecionados expõem e comercializam seus trabalhos.

Ou seja, o que não falta são motivos para visitar o Palácio do Catete. Quem não conhece, precisa conhecer. E quem já conhece, sempre quer voltar.

Palácio do Catete / Museu da República


Endereço: Rua do Catete, 153 – Catete, Rio de Janeiro, RJ
Horário de funcionamento: Terça feira, das 12:00h às 17:00h; Quarta feira, das 14:00 às 17:00h; Quinta e sexta feira, das 12:00h às 17:00h; Sábado e domingo, das 14:00h às 18:00h.
Entrada: a visitação ao jardim é gratuita. Museu da República R$ 6,00. Maiores de 65 anos e estudantes pagam R$ 3,00. Menores de 10 anos não pagam. Aos domingos a entrada é franca.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Especial Dia do Circo

O Circo é uma das formas de espetáculo mais antigas que se tem notícia. Sua origem remonta à antiga China, passando por Roma com seu "Circo Máximo" até chegar ao século XVIII, quando se organizou da maneira como conhecemos hoje.

Aqui no Brasil, a data de 27 de março foi escolhida como o Dia do Circo por ser o dia de nascimento de Abelardo Pinto, o Palhaço Piolim, em 1897. Piolim era engajado com os movimentos artísticos e culturais e procurou divulgar a arte como forma de expressão cultural. Durante a Semana de Arte Moderna intelectuais como Tarsila do Amaral, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Anita Malfati, entre outros, homenageram Abelardo como sendo o maior artista popular brasileiro.

Hoje tem goiabada?


Tem sim senhor!! Responde a garotada em coro enquanto se divertem olhando a movimentação dos artistas.

No último sábado o Largo do Machado virou picadeiro para mais um espetáculo do grupo Off Sina e, de quebra, local de batismo de um animado pelotão de palhaços.

O cortejo de palhaços chama o público para o espetáculo.

O grupo Off Sina é uma companhia de circo de rua que pesquisa sobre o teatro popular e a arte do riso, com base na comicidade do palhaço, resgatando esquetes, gag’s, reprises e comédias de picadeiro pela tradição oral circense.

No picadeiro o casal de artistas Richard Riguetti e Lilian Moraes são Café Pequeno e Currupita. Juntos, dividem o palco e a atenção do público que não demora a se formar para se divertir com as historietas contadas pela dupla. Este circo não tem lona, nem portas. Entra quem quer e a risada é franca!

Café Pequeno e Currupita comandam o show.

A criançada vibra com as peripécias dos palhaços.

Quem não gosta de circo?

O espetáculo fica em cartaz até outubro e é apresentado sempre ao ar livre e de graça. A próxima sessão será no dia 19 de abril, na Arena Carioca Dicró.

Confira outras fotos da turma de palhaços no álbum Mas Que Palhaçada! Para ver o álbum, clique aqui.

Fontes:

Circo. Smart Kids. Disponível em http://www.smartkids.com.br/especiais/circo.html. Acessado em 27 mar. 2014.

Off Sina. Disponível em http://offsina.blogspot.com.br. Acessado em 27 mar. 2014.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Capital dos gaúchos completa 242 anos - Porto Alegre - RS

A história de Porto Alegre começa bem antes, mas a data de 26 de março de 1772 foi escolhida por ter sido quando o povoado conhecido como Porto de Viamão foi elevado a freguesia, passando a se chamar Freguesia de São Francisco do Porto dos Casais.

Centro da cidade com o Cais do Porto em primeiro plano.

O nome Porto dos Casais é uma referência aos imigrantes açorianos trazidos ao sul do Brasil pela coroa portuguesa com o intuito de povoar a região.

Apesar dos problemas típicos de uma grande cidade, Porto Alegre possui excelentes níveis de qualidade de vida, tendo sido apontada três vezes pela ONU como a metrópole de melhor qualidade de vida no Brasil e por ter o melhor Índice de Desenvolvimento Humano - IDH entre as capitais nacionais.

Avenida Borges de Medeiros.

Hoje enfrenta um surto de crescimento imobiliário, tanto horizontal quanto vertical, que se constitui num desafio no que diz respeito a infra-estrutura sanitária e a capacidade de absorver o aumento populacional. Mas, apesar do antigo povoado ter se convertido nesta metrópole, Porto Alegre ainda mantém em seus bairros muito da vida interiorana e dos costumes dos vários povos que se uniram para construí-la.


Rua da Praia, aquela que não tem praia ...

Teatro São Pedro, Esquina Democrática, Brique da Redençao, Rua da Praia ... São tantas referências geográficas e afetivas que as vezes fica difícil falar sobre elas. Então, só nos resta apelar aos versos de Mário Quintana, o poeta que melhor descreveu o sentimento de viver Porto Alegre!

Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo...
(É nem que fosse meu corpo!)
Sinto uma dor esquisita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei...
Há tanta esquina esquisita
Tanta nuança de paredes
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei...)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar
Suave mistério amoroso
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso...

Veja um pouco mais de Porto Alegre visitando o álbum que preparamos com fotos publicadas aqui no blog e outras ainda inéditas. Para ver o álbum de fotos, clique aqui.

terça-feira, 25 de março de 2014

A Encantada - Petrópolis - RJ

Santos Dumont possuia um gênio inventivo que se revelava até mesmo em detalhes de sua vida cotidiana. A idéia do relógio de pulso é dele, nascida da necessidade de manter as mãos livres enquanto pilotava seus balões.

A Encantada é hoje o Museu Casa de Santos Dumont.

Por isso, não é de estranhar que sua casa de campo em Petrópolis apresente tantas inovações e detalhes curiosos. A começar pelo terreno, pois a casa foi construída na encosta íngreme de um morro. Santos Dumont a projetou, mas a construção ficou a cargo do engenheiro Eduardo Pederneiras e foi concluída em 1918. Por ficar na rua do Encanto, foi batizada de A Encantada, nome que preserva até os dias atuais.

Para quem não sabe, o Pai da Aviação tinha estatura baixa e era franzino, o quê explica por certo as diminutas dimensões da casa. A impressão que se tem é que foi projetada de acordo com a estatura do dono, de modo a lhe oferecer mais conforto e praticidade.

Escada de acesso, com seu recorte característico.

Um dos itens que mais chamam a atenção dos visitantes é a escada de acesso, recortada de modo a evitar tropeços e que obriga a iniciar a subida sempre com o pé direito. Há quem acredite que há um quê de superstição neste arranjo, porém, considerando as dimensões da casa, parece mais um artifício prático para aproveitamento do pouco espaço disponível para construção.

A casa é pequena, mas com excelente aproveitamento dos espaços.

No seu interior, Santos Dumont usou o conceito de ambientes integrados - o qual só viria a se tornar comum na arquitetura muitos anos depois. Não há paredes divisórias na casa e os ambientes são definidos pela disposição dos móveis e das escadas. Aliás, a mobília é uma extensão da estrutura das paredes e projetada de modo a otimizar o espaço interno. A cama, por exemplo, é a parte de cima de uma cômoda com diversas gavetas. Outra curiosidade é o chuveiro com sistema de aquecimento à álcool. Um engenhoso sistema de roldanas permitia a dosagem da temperatura pela mistura das águas quente e fria. Quem já sentiu o friozinho da serra de Petrópolis sabe porquê Santos Dumont se deu ao trabalho de inventar isto!

Parte superior do telhado, com o observatório.

A casa conta ainda com um observatório no telhado e uma abertura que dá acesso direto ao ponto mais alto do terreno.

Por ocasião de sua morte em 1932 a casa permaneceu fechada por um bom tempo. Em 1936, a casa e seu conteúdo foram doados à Prefeitura de Petrópolis pelos familiares do inventor. O Museu Casa de Santos Dumont foi criado em 1956 e em 1992 uma reforma devolveu ao prédio seu aspecto original.

Museu Casa de Santos Dumont

Endereço: Rua do Encanto, 22 – Centro, Petrópolis, RJ
Visitação: terça a domingo de 9h30m às 17 h.
É cobrado ingresso. Crianças até 6 anos e maiores de 65 anos tem acesso livre.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Palácio de Cristal - Petrópolis - RJ

Considerado um dos pontos turísticos mais românticos da cidade, o Palácio de Cristal na verdade foi construído para funcionar como um quiosque de exposição e comercialização de frutas, flores e pássaros. A iniciativa é atribuída ao casal imperial Princesa Isabel e Conde D'Eu, que encomedaram a obra à fundição francesa Saint-Souver Lês Arras. Inaugurado em 1884, em 1888 serviu de palco para a cerimônia de alforria dos últimos escravos de Petrópolis.

Palácio de Cristal


Durante alguns anos serviu como sede para o Museu Histórico de Petrópolis, sendo que neste período foi completamente descaracterizado pelo fechamento de suas paredes com alvenaria. Em 1984, ano de seu centenário, uma reforma procurou reconstituir seu feitio original, mas utilizando vidro no lugar dos antigos cristais.



Vista interna do Palácio de Cristal.
Seu interior é basicamente vazio e o espaço é utilizado para exposições e eventos culturais. Fica localizado no interior de um parque ajardinado, compondo um cenário perfeito para belas fotografias.

A estrutura metálica é original, mas os cristais foram substituídos por vidro.

Palácio de Cristal

Endereço: Rua Alfredo Pachá, s/nº - Centro
Telefone: (24) 2247-3721.
Visitação guiada: terça a domingo, de 09h às 18h. Entrada franca.

domingo, 23 de março de 2014

Travessa do Comércio - Rio de Janeiro - RJ

A chuva que finalmente resolveu voltar ao Rio neste domingo - e de quebra dando uma atenuada no calor! - me fez lembrar desta foto que tirei da Travessa do Comércio num sábado também chuvoso em agosto de 2009.

Travessa do Comércio, centro do Rio de Janeiro.

Recém chegado ao Rio, saia gastando sola a esmo, esquadrinhando os espaços e conhecendo a cada vez um pouco mais desta Cidade Maravilhosa.

Esta parte do centro preserva muito de como era o Rio Antigo, com seu calçamento de pedra e os sobrados antigos. A Travessa do Comércio tem uma longa história, sendo que os primeiros registros são de 1730 e dão conta que o local era de "má fama", frequentado por mascates, prostitutas e bandidos.

Já no século XX sua reputação melhorou consideravelmente e hoje a travessa é conhecida por ter sido o endereço onde foi descoberta a Pequena Notável Carmen Miranda. No sobrado de n° 13 funcionou a pensão e residência de D.Maria, mãe das cantoras Carmen e Aurora Miranda. O local era frequentado por diversos radialistas que perceberam o talento da cachopa e a conduziram para a vida artística.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Mercado Municipal - São João Del Rey - MG

Sempre que visito uma cidade faço questão de conhecer seu Mercado Público, porque é ali que se encontram reunidas as iguarias que dão sabor regional aos pratos e, principalmente, porque ali é possível observar os modos e costumes locais.

Por isso, depois de gastar muita sola visitando as igrejas e museus de São João Del Rei resolvi dar uma passadinha no mercado para as observações regulamentares e, é claro, comprar uma garrafa da famosa cachaçinha mineira.

No Mercado Municipal se encontra os produtos típicos da região.

Após algum tempo de caminhada e de vários pedidos de informação me deparei com um prédio totalmente reto, onde se destacava a placa do Restaurante do Povão. Como na porta ao lado um rapaz separava folhas para chás medicinais imaginei que ali deveria ser o lugar. Depois percebi que na verdade eu chegara ao mercado pelos fundos. Visto de cima o prédio tem um formato triangular, sendo que a entrada é na parte oposta a base, por assim dizer. De qualquer forma, não há sinalização que indique o caminho a ser tomado e, enquanto colhia dados para este post, descobri que no site da Prefeitura de São João Del Rei, na parte que fala sobre o Mercado Municipal, constam apenas os telefones e não o endereço ou qualquer indicação de localização!

Banca Casa da Abelha, especializada em mel  e derivados.

O Mercado em si é bastante simples, o que não o desmerece em nada. Pelo contrário, seu aspecto rústico dá ao ambiente um aspecto genuinamente interiorano. Não é uma atração turística e sim um verdadeiro mercado do interior do Brasil. Nas bancas espalhadas em seu interior se encontra uma vasta gama de produtos agrícolas, tais como hortifrutigranjeiros fresquinhos, grãos, temperos, pimentas, laticínios (Minas é famosa por seus queijos), mel, doces de várias cidades do entorno, carnes e embutidos, flores, chás, ervas medicinais,  fumo de rolo, incenso e muito mais.

Tem também  a boa e pura cachaça mineira em diversas versões, para todos os gostos e bolsos. Isto sem falar naquelas que vem curtidas com raízes ou já misturadas com mel, a preferida das senhoras. E por falar nisto, o rapaz que conheci separando folhas me levou até a banca para a qual trabalhava para que provasse uma purinha de alambique da região. A bebida não ficava a dever para as melhores cachaças disponíveis no mercado por preços que variam entre R$ 30,00 e R$ 60,00 a garrafa, com a diferença que o litro saiu por apenas R$ 5,00.

Cachaça de alambique engarrafada na hora.

Na banca em frente estavam a venda panelas de pedra sabão de excelente qualidade, mas preferi uma de barro, também muito boa e que já comprovou suas qualidades em diversas ocasiões gastronômicas.

Panelas de barro e de pedra sabão.

Assim, abastecido e satisfeito voltei a pousada onde estava hospedado e, agora, deixo aqui a localização do Mercado Municipal para que você possa aproveitar melhor seu passeio em São João Del Rei.

Mercado Municipal Dona Regina Detomi Cipriani

Endereço: Encontro das ruas Frei Norberto com João Mourão - São João Del Rei - MG
Horários de funcionamento:
  • segundas, quartas e quintas-feiras: das 06h30 às 17h45;
  • terças e sextas-feiras: das 06h00 às 17h45;
  • sábados: das 06h00 às 14h45;
  • domingos e feriados:  das 07h00 às 11h45.


quinta-feira, 20 de março de 2014

Cachoeira da Índia - Conservatória - RJ

Quem conhece Conservatória deve conhecer também a Cachoeira da Índia, localizada no Balneário Municipal João Raposo. O local é de fácil acesso e a curta distância da cidade, por isso não hesitamos em gastar sola numa caminhada para vermos de perto a famosa índia que dá nome à cachoeira.


A índia que dá nome à queda d'água.

A cachoeira é na verdade uma pequena queda d'água e o balneário encontra-se um tanto abandonado, sendo que não é aconselhável tomar banho naquelas águas ...

Apesar do aspecto descuidado do entorno, a figura de bronze representando uma estranha mulher sentada sobre uma pedra chama a atenção tanto por sua beleza quanto por sua posição enigmática.


Araris, obra de Vilma Noel.

Trata-se da obra Araris, da artista plástica mineira Vilma Noel, e o nome deve ser uma referência à tribo indígena que habitava as margens do Jequitinhonha, no Estado de Minas Gerais. Vilma é internacionalmente conhecida e premiada por suas obras de grande porte, espalhadas por diversos países.

Conversando com moradores locais, pudemos constatar que a origem e o significado da estátua não são muito conhecidos. Para alguns, a figura representava uma entidade ligada à água e para outros  era uma referência exotérica a presença de extra-terrestres na região (Conservatória é conhecida por ser um ponto de avistamento de OVNI's).

Indiferentes a estas questões históricas, os turistas aproveitavam para tirar fotos fazendo pose com a bela Araris. Enquanto isto, ela permanecia imóvel, com suas mãos levantadas em forma de prece, talvez pedindo para que alguém desse um jeito de melhorar o local.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Igreja São José - Rio de Janeiro - RJ

No dia 19 de março celebra-se o dia de São José, um dos santos mais populares no mundo inteiro e que, no Brasil, empresta seu nome a um número tão grande de pessoas que acabou por se incorporar ao idioma como forma genérica de chamar alguém.

José foi carpinteiro e esposo de Maria, a mãe de Jesus. Embora de ascendência nobre (pertencia a linhagem do Rei Davi) levou uma vida humilde, dedicada ao trabalho, a esposa e ao seu filho, sendo por isso considerado Padroeiro dos Trabalhadores e da Família. É venerado como santo pelas Igrejas Ortodoxa, Anglicana e Católica, que o celebram como seu padroeiro universal.

Aqui no Rio, em pleno centro da cidade, encontra-se uma bela igreja dedicada a ele e que leva seu nome: a Igreja São José.

São José e o Menino Jesus, no altar-mor.

Infelizmente sabe-se pouco da história desta igreja, pois em 1711 ela foi saqueada pelo corsário francês René Duguay-Trouin durante a tomada da cidade do Rio de Janeiro e toda a sua documentação perdeu-se ou foi destruída. É considerada uma das igrejas mais antigas do Rio e sua origem remonta a 1608, quando foi construída uma capela rústica no local para uso dos devotos de São José.

Sagrada Família.

Em 1808 foi iniciada a construção de uma nova igreja numa iniciativa da Irmandade do Santíssimo Sacramento da Freguesia do São José, tendo sido concluída somente em 1824. A igreja passou a ter sua aparência atual após uma reforma realizada em 1883, que alterou sua fachada e acrescentou um potente conjunto de sinos. Aliás, os sinos da Igreja São José são famosos por sua sonoridade.

Sua localização é privilegiada, pois tem a seu lado o Palácio Tiradentes, está próxima ao Palácio Imperial e incluída no circuíto das tradicionais igrejas do centro que incluem a Antiga Sé, Nossa Senhora do Monte Carmo e Santa Cruz dos Militares.

Por sua arquitetura, seu significado religioso, localização e beleza do campanário é a igreja preferida para casamentos em grande estilo.

E uma curiosidade: contrariando o costume português, sua fachada não está voltada para o mar e sim para a Av. Presidente Antônio Carlos, uma das mais movimentadas da cidade. Provavelmente a orientação original fosse outra, pois no século XVII a capela estava junto à praia. O novo posicionamento deve ser decorrente  do aterro que substituiu a praia pelo terreno que deu lugar à Praça XV e seus entornos, ao crescimento urbano e a abertura da avenida.

Fonte:

CENTRO Rua Primeiro de Março suas igrejas I. Disponível em http://www.marcillio.com/rio/encepmig.html#jos. Acessado em 19 mar. 2014.

terça-feira, 18 de março de 2014

Mirantes do Parque da Catacumba - Rio de Janeiro - RJ

Dando continuidade ao post sobre o Parque da Catacumba (para ver o post anterior, clique aqui), falaremos hoje sobre as trilhas e os mirantes existentes no local.

Oficialmente existe apenas uma trilha, mas optamos por separá-la em duas devido a grande diferença no grau de dificuldade observado durante o trajeto.


Placa indica início da Trilha da Catacumba.

Observe que no mapa que sinaliza o início da trilha é possível perceber que o caminho forma um "U" estilizado e de ponta cabeça, com uma ramificação maior no alto à esquerda, que é o caminho de acesso ao Mirante de Sacopã. A seta vermelha indica o início da trilha, sendo que a mesma foi classificada como sendo de médio grau de dificuldade.

Trilha de acesso ao Mirante de Sacopã.

Logo no início da caminhada fica fácil entender o porquê da classificação, pois o terreno se revela bastante íngreme e acidentado. Para vencer as rampas mais acentuadas foram escavados degraus no terreno, o que ajuda bastante, mas continua a exigir um bom preparo físico para seguir adiante.


Vidigal visto do Mirante do Sacopã.

A trilha encontra-se em bom estado de conservação e dispensa a presença de um guia, mas é importante ficar atento às condições do solo e evitar a subida em dias de chuva. Ao atingir o cume do Morro do Sacopã, todo o esforço é recompensado por uma bela vista da Lagoa e da Zona Sul do Rio de Janeiro.

Detalhe da Lagoa visto do Mirante do Sacopã.

Próximo ao Mirante do Sacopã está o Mirante da Pedra do Urubu, cujo acesso se dá por um caminho com pouca inclinação e livre de obstáculos. Esta parte da trilha não está sinalizada, então fique atento para não passar direto pelo ramal que leva até ele.


Mirante da Pedra do Urubu.

Daqui se tem a vista de outro quadrante da Lagoa e do maciço de pedra vizinho ao parque. O Jóquei Clube e a sede do Flamengo são facilmente identificáveis na paisagem.


Sede do Flamengo, vista do Mirante da Pedra do Urubu.


Detalhe da Lagoa Visto do Mirante da Pedra do Urubu.

Na hora de retornar à base do morro optamos por seguir em frente na trilha e pudemos constatar que este caminho é um pouco mais longo, mas com grau de dificuldade bem mais fácil se comparado com o outro trecho. As rampas são suaves e a caminhada não exige maiores esforços. É a rota ideal para quem quer curtir o passeio e não se encontra na melhor forma física. O acesso pode ser feito pela outra perna do "U" (ver o mapa no início do post) e o ponto inicial está sinalizado com uma placa onde se lê "Trilha da Catacumba".

Parafraseando o ditado, todos os caminhos levam ao Mirante do Sacopã. Um é mais fácil, o outro bem mais exigente. A escolha é sua!

Parque Natural Municipal da Catacumba

Endereço: Av. Epitácio Pessoa, 3000 – Lagoa – Rio de Janeiro

Horário:  De terça a domingo, das 08h00 às 17h00. O percurso nas trilhas leva em média uma hora, por isso é recomendado não inciar a subida após as 16h00.
Tel: (21)  2247-9949

A entrada é gratuita, mas o uso dos equipamentos da concessionária são cobrados.
Estacionamento gratuito
Bicicletário

segunda-feira, 17 de março de 2014

Parque da Catacumba - Rio de Janeiro - RJ

O nome Parque da Catacumba não deixa de ser um tanto curioso e tem origem em histórias que se contavam no tempo da colonização de que, nas enconstas daquele morro, os índios sepultavam seus mortos. Entretanto, até o momento não foram localizados vestígios que comprovem a existência de um cemitério indígena no local.

Portão de entrada do Parque da Catacumba.


No início do século XX a região era conhecida como Chácara da Catacumba e pertencia a Baronesa da Lagoa Rodrigo de Freitas que, ao falecer, teria deixado a posse destas terras aos seus ex-escravos. A questão da herança nunca foi esclarecida, mas o fato é que eles realmente se mudaram para lá e deram início a construção de casas simples. Com o passar do tempo a ocupação foi crescendo até tornar-se uma grande favela, que chegou a abrigar em torno de 10.000 pessoas. Durante a gestão de Carlos Lacerda, na década de 60, foi iniciado o processo de remoção dos moradores para conjuntos habitacionais como a Vila Kenedy e a Cidade de Deus. O processo foi concluído na gestão seguinte, que batizou o lugar como “Parque Carlos Lacerda”. A denominação atual foi dada em 1979 por ocasião da inauguração do parque.

O projeto arquitetônico e paisagístico do Parque da Catacumba pode ser dividido em duas partes. Na parte baixa, até a meia encosta do morro, privilegiou-se a organização do espaço com a construção de alamedas e praças calçadas com granito. O contraponto à dureza da pedra é feito com belos jardins e muitas árvores. Completando o cenário, esculturas doadas por artistas de renome como Bruno Giorggi, Krajcberg, Mario Cravo, Remo Bernucci, Franz Waissman, entre outros estão em exposição permanete ao ar livre.


Alamedas amplas e arborizadas formam um agradável refúgio em dias de calor.



Obras de arte estão espalhadas por todo o lugar.



Espaços gramados criam um belo efeito e protegem a encosta da erosão.

Na parte alta, da meia encosta ao topo do morro, foi feito o reflorestamento com a predominância de espécies nativas da mata atlântica. Com o renascimento da mata, deu-se início a formação de uma fauna local, constituída basicamente por pássaros, répteis e sagüís. Duas trilhas levam ao ponto mais alto do morro, passando por três pontos de observação. Mirantes estrategicamente colocados permitem que o visitante aprecie uma das mais belas vistas da Lagoa Rodrigo de Freitas (para ver este post, clique aqui).

Em 2008 foi licitada a concessão de exploração de equipamentos de turismo de aventura no parque. A empresa vencedora ofereceu um circuito de aventura que inclui atividades como:
  • arvorismo, em diferentes graus de dificuldade;
  • muro de escalada;
  • rapel na encosta do Morro do Urubu com vista para a lagoa; e
  • tirolesa.


A tirolesa tem baixo grau de dificuldade e é uma
das atrações preferidas dos frequentadores do parque.

Parque Natural Municipal da Catacumba

Endereço: Av. Epitácio Pessoa, 3000 – Lagoa – Rio de Janeiro

Horário:  De terça a domingo, das 08h00 às 17h00.
Tel: (21)  2247-9949

A entrada é gratuita, mas o uso dos equipamentos da concessionária são cobrados.
Estacionamento gratuito
Bicicletário

domingo, 16 de março de 2014

A lua vem surgindo ... - Rio de Janeiro - RJ


A lua se destacava no céu sem nuvens. 

No próximo dia 20 começa o outono, considerada por muitos a mais bela estação do ano. Mas levando em conta o calor que tem feito ultimamente, é de se perguntar se a próxima estação vai trazer algum alívio na temperatura. Isto sem falar na prolongada ausência de chuva, pois este ano ainda não tivemos as águas de março para fechar o verão. Talvez por isto, neste último domingo de verão, a lua cheia tenha resolvido nos brindar com um maravilhoso espetáculo, surgindo imensa e dourada e deixando seu rastro de luz pelas águas da Baia de Guanabara.


O reflexo prateado criou um belo espetáculo.

Câmeras de todos os tipos surgiram para registrar o momento.

sexta-feira, 14 de março de 2014

Cândido Portinari e os azulejos do Gustavo Capanema - Rio de Janeiro - RJ

Esta semana foi anunciado que a Financiadora de Estudos e Projetos - Finep doou ao Museu Nacional de Belas Artes - MNBA 222 obras do pintor brasileiro Cândido Portinari. Com isto, o MNBA tornou-se a instituição com a maior coleção pública do artista. O anúncio tem especial importância porque a maior parte das 5.000 obras produzidas por Portinari encontran-se em coleções particulares.

Ao buscar maiores informações sobre o fato, encontrei uma declaração de João Cândido Portinari, filho do pintor, na qual ele afirma que mais de 95% do acervo continua invisível ao público brasileiro. E encerra afirmando que " ... quando vem alguém perguntar onde pode ver Portinari, a gente fica até envergonhado de dizer”.



Então lembrei que em 2012, enquanto a equipe do GSMA gastava sola pelo centro do Rio de Janeiro, fomos parar no Edifício Gustavo Capanema. Como era domingo, o prédio estava fechado, mas isto não nos impediu de admirar os imensos murais compostos de azulejos feitos por Cândido Portinari! Estes murais decoram as paredes externas e são facilmente visíveis da rua. Depois de ler a matéria sobre a doação de suas obras e a declaração de seu filho fico pensando se os pedestres que passam por ali sabem que se trata da obra de um artista tão significativo do panorama cultural brasileiro.



Para entender como estas obras foram parar lá é importante saber que o Edifício Gustavo Capanema, ou Palácio Capanema como também é conhecido, é fruto de uma época em que o governo de Getúlio Vargas procurava passar uma idéia de modernidade. Sua construção teve início em 1936, tendo sido concluído em 1945. É um marco da arquietetura moderna nacional e a equipe responsável pelo projeto era composta por nomes da envergadura de Lucio Costa, Carlos Leão, Oscar Niemeyer (na época estagiário), Affonso Eduardo Reidy, Ernani Vasconcellos, Roberto Burle Marx e Jorge Machado Moreira, com a consultoria do arquiteto franco-suíço Le Corbusier. O prédio destinava-se ao recém criado Ministério da Educação e Saúde e, além de consolidar os preceitos modernistas de Corbusier, incorporou diversas obras de arte de artistas renomados. Como Cândido Portinari.


Hoje o Palácio Capanema abriga o Ministério da Cultura - MinC e diversos órgãos a ele subordinados. O prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - Iphan desde 1948 e necessita de melhor conservação. Uma curiosidade: é proibida a instalação de aparelhos de ar condicionado (apesar das altas temperaturas do verão carioca) no local porque o projeto original previa o aproveitamento da brisa vinda da Baia de Guanabara para ventilação do ambiente. Entretanto, este conceito funcionava na época de sua construção - quando não havia estruturas que impedissem a chegada da brisa. O surgimento de diversos prédios até mais altos do que o Capanema acabaram por bloquear a ventilação natural e os funcionários do MinC precisam conviver com uma rotina de calor.



Mas para quem está apenas de visita isto não chega a ser um problema. Vale a pena conferir o terraço ajardinado com projeto do paisagista Burle Marx, as estátuas do pátio em frente e, óbvio, os murais de azulejos de Cândido Portinari. Há também um salão para exposições temporárias e um auditório, a Sala Sidney Miller.



Palácio Gustavo Capanema

Endereço: Rua da Imprensa, 16, Centro - Rio de Janeiro - RJ
Visitação gratuita, mas nem todas as dependências são abertas ao público. Em caso de espétaculos poderá ser cobrado ingresso.