segunda-feira, 22 de junho de 2020

Causos de viagem - perdido em Curitiba - PR

Enquanto a pandemia não deixa a gente sair de casa, o jeito é ir revivendo antigas histórias de viagem para não perder o jeito e não deixar cair no esquecimento - afinal são tantas aventuras que lá pelas tantas o cérebro se confunde ...

Essa aconteceu num passado distante, quando eu trabalhava numa empresa de automação de acervos bibliográficos (sim, isso existe) e viajava pelo Brasil demonstrando o produto, dando cursos, fazendo manutenção e suporte, essas coisas típicas daquela profissão.

Nesta ocasião a empresa onde trabalhava, agendou uma série de visitas que começava na Bahia e ia descendo até chegar em Curitiba, passando por umas três ou quatro outras cidades no meio do caminho. Algumas visitas eram rápidas, outras levavam alguns dias, de modo que eu trocava de hotel com relativa frequência. E foi aí que se deu o problema.

Quando cheguei em Curitiba estava exausto e faminto. Fui direto ao hotel e, lá chegando, fui informado que meu quarto ainda não estava arrumado. O atendente perguntou se eu não preferia dar uma volta - era domingo - em vez de ficar esperando no saguão. Aceitei a ideia e fui direto para a Boca Maldita em busca de um mata-fome qualquer. Entretanto ...

Eis a Boca Maldita

Eu havia passado vários dias na cidade anterior e, chegando no aeroporto, fora direto para o hotel de forma automática - movido pelo hábito. Só  na hora de voltar é que me apercebi que não lembrava o nome do hotel atual, apenas o da semana anterior!!

Fiquei zigue-zagueando pelas calçadas, olhando vitrines sem enxergar, até que uma vaga sugestão de nome se formou em minha mente. De posse desse vislumbre fui até um taxista e larguei direto:

- o senhor sabe se existe um hotel chamado ... aqui em Curitiba?
- com esse nome não, mas tem um parecido - respondeu ele;
- é pra lá que a gente vai então - disse eu.

Claro que no caminho expliquei ao motorista o quê havia acontecido. Ele achou muita graça e disse que eu ficasse tranquilo. Caso esse não fosse o hotel certo, ele conhecia praticamente todos os hotéis da cidade e iríamos de um em um até encontrar!

Felizmente acertamos na primeira. Confesso que suspirei aliviado e, desde então, sempre que me hospedo onde quer que seja, pego um cartãozinho com o nome e endereço do local e coloco na carteira.