quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Feliz Ano Novo!!



Faltam poucas horas para darmos início a um novo ano. Para nós do GSMA, 2014 vai deixar saudades, pois foi  um período de grandes realizações. Chegamos a Machu Picchu pela Trilha Inca e estivemos em Ouro Preto num tour que rendeu muitas fotos e histórias (aguardem as postagens!). Não foi desta vez que visitamos o Cânion do Itaimbezinho conforme o planejado, mas em compensação fomos parar na Amazônia vivendo momentos incríveis! Comemoramos o primeiro aniversário do blog em grande estilo, com uma turma muito animada gastando sola no Morro da Conceição numa parceria com os amigos da Expedição Cultura. Enfim, não fizemos tudo que gostaríamos, mas adoramos tudo que fizemos!!

Enquanto 2015 vai encostando no cais da vida, vamos nos preparando para mais esta jornada desejando a todos que nos acompanham um ano pleno de saúde, felicidade e, claro, muita sola pra gastar correndo atrás dos seus sonhos!!!!





terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Expedição Amazonas - Manaus - AM

No dia 09 de dezembro a equipe do GSMA partiu rumo à Manaus para conhecer uma das regiões mais belas, enigmáticas e fascinantes do planeta: a Floresta Amazônica! Foram 13 dias inesquecíveis gastando sola pelas ruas da antiga capital dos seringueiros, navegando ao encontro das águas, caminhando na floresta, provando pratos típicos e, principalmente, aprendendo muito com o povo da terra.

A viagem


Saímos por volta das 12h30min do Galeão, no Rio de Janeiro, para um voo tranquilo de quatro horas até o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes em Manaus. Como há uma diferença de duas horas no fuso horário desembarcamos às 14h30min horário local. O aeroporto possui instalações amplas e confortáveis, resultado da reforma destinada a atender aos torcedores que visitaram a cidade por ocasião da Copa do Mundo de 2014.

Primeiras impressões


Aqui no eixo Rio-São Paulo, sempre que o assunto é Amazônia, via de regra o enfoque recai sobre aspectos relativos a flora, fauna, desmatamento, questões indígenas entre outros. Com isso nos acostumamos a pensar na Amazônia sempre do ponto de vista do bioma e acabamos por esquecer que ali também existem cidades e muita interação entre o homem e a natureza.

Talvez por isso minha primeira impressão sobre Manaus foi de que aquelas avenidas urbanizadas não deveriam estar ali e que toda aquela atividade tipicamente citadina estava fora de lugar. Mas foi só a primeira impressão, pois logo percebi que o errado nesta história era eu e que o Estado do Amazonas precisa de uma capital a sua altura!

Outra bola fora, fruto do desconhecimento, foi imaginar que o imenso rio que se avistava ao longe fosse o Amazonas, quando na verdade era o Rio Negro. Isso que dá não fazer a lição de casa direito antes de viajar.

Ponte Rio Negro, ligando Manaus a Iranduba.

Felizmente o pessoal que nos apanhara no aeroporto já devia estar acostumado com estas questões e respondia a nossas perguntas com bom humor e simpatia. Assim ficamos sabendo que de fato a cidade de Manaus vem enfrentando um período de acelerado crescimento urbano e sofrendo com a decorrente especulação imobiliária. E que este processo teve um impulso considerável com a inauguração em 2011 da Ponte do Rio Negro, que liga a capital a Iranduba, uma vez que a facilidade de acesso permitiu a construção de diversos condomínios residências neste município.

Praia da Ponta Negra, no centro da cidade.

Outro aspecto que cedo despertou nossa atenção foi a relação do amazonense com os rios que cercam, e servem, a região. Há diversos terminais de passageiros e uma grande Hidroviária na cidade. Isto sem falar na quantidade de pequenos barcos e canoas que se avista por toda parte.

A babel de barcos no Terminal A Jato.

Destes terminais partem os motores (barcos de passageiros) com destino as cidades do interior do Estado, como Labreas e Parintins, e mais além, podendo chegar até Belém do Pará. As viagens costumam durar vários dias e a maioria dos passageiros se acomoda em redes no convés da embarcação. Através dos motores os ribeirinhos realizam mudanças, se abastecem com provisões e transportam quem necessita do atendimento médico inexistente em seu local de origem.

Vendo a vida passar.

A natureza ao alcance da mão


Mas o Amazonas não é apenas Manaus e Manaus não é apenas cidade. Já na região metropolitana se pode perceber uma natureza exuberante que a cerca com rios, áreas de selva e um céu que pode trocar o azul profundo pelo aguaceiro num piscar de olhos.

Pôr do sol no Rio Amazonas, na região metropolitana de Manaus.

Desta natureza onipresente vem a fartura que sustenta tanto o caboclo do interior como o manauara e vem se convertendo num item importante da gastronomia brasileira. O crescente interesse que os frutos da floresta vem despertando no setor gastronômico já ultrapassou as fronteiras brasileiras, tornando-os elementos importantes do cardápio tributário amazonense. Destaque para os peixes, tantos e de tão variadas formas e sabores que os mercados daqui destinam uma área específica para eles.

Manta de pirarucu salgado.

Na escola ensinavam que pirarucu é o bacalhau brasileiro. Mas você já provou pirarucu? Se não, saiba que a versão salgada é apenas uma das formas de saborear sua carne e que o ventrecho deste peixe na brasa é um dos pratos mais apreciados pelo povo da terra. E não faltam motivos para isso, pois o sabor é realmente surpreendente.

Cuiu-cuiu, aspecto pré-histórico e sabor de primeira.

Surpresa mesmo ficou por conta do Cuiu-cuiu, um peixe da família dos cascudos que possui um aspecto que lembra um animal pré-histórico, mas tem uma carne também muito apreciada pelos locais. O bicho é tão impressionante que num dos passeios que fizemos um exemplar acabou virando souvenir e hoje faz parte da coleção do GSMA.

Durante nossa estada no Amazonas recolhemos muitas histórias, informações e imagens que, a  partir de hoje, publicaremos numa série de posts sobre temas específicos. Em nossa página do Facebook você já pode ir se deliciando com as fotos que postamos durante a viagem:


Veja também estes outros posts sobre o Amazonas:





quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Repondo as energias em meio a natureza - Magé - RJ

Depois de um ano de intensas atividades em meio a vida agitada que levamos hoje, nada melhor que tirar um tempo para elevar o espírito e realinhar as energias, principalmente se isto puder ser feito em meio a tranquilidade da natureza. Foi pensando nisto que o Centro de Umbanda Caminhos de Aruanda - CUCA realizou a Gira Anual de Mata e Cachoeira, no último dia 29. A cerimônia aconteceu no Parque Ecológico dos Orixás, em Magé, e contou com a presença de aproximadamente 150 médiuns.

Gregório Brandão.
Para Gregório Brandão, dirigente do CUCA, o principal objetivo deste ritual "é a troca de energias com a Natureza através das vibrações dos Guias Espirituais de Umbanda, possibilitando assim o ajuste energético de cada médium". Ainda segundo ele, este trabalho também possibilita que cada participante reponha suas energias e dê seguimento ao novo ciclo que se inicia a cada ano. A julgar pelos resultados, os objetivos foram plenamente alcançados.

Quando se fala sobre ritos, no caso rituais da Umbanda, sempre é bom lembrar que existem várias formas de expressão que dependem da própria comunidade que os praticam, bem como possuem suas próprias regras e modo de trabalhar. Em essência todos baseiam-se na prática de atos que fazem a conexão entre o humano com o sagrado e servem como caminho para o aprimoramento do espirito.

Parque Ecológico dos Orixás


O parque é uma iniciativa da União Umbandista dos Cultos Afro Brasileiros que visa oferecer aos associados um local apropriado para entrega de oferendas e realização de trabalhos em mata e cachoeira.

Parque está localizado em meio a uma grande área verde.

Localizado na antiga estrada que liga a cidade do Rio a Petrópolis, oferece aos praticantes um belo cenário natural e a tranquilidade necessária para a realização dos cultos. O terreno é amplo e decorado com estátuas representando os Orixás espalhadas pelo local. Caminhos bem sinalizados levam aos terreiros demarcados, de modo a facilitar os deslocamentos e organizar as atividades dos diversos Centros que utilizam o parque.

São Sebastião.

A Gira


Após a oração inicial feita por Gregório o toque dos ogãs deu início aos trabalhos. Nesta Gira, que faz parte de um ritual de fechamento de ano, foram levadas oferendas em agradecimento ao Povo da Mata e Cachoeira, dentre eles Oxossi, com seus cablocos e boiadeiros, Oxum e Xangô.

Médiuns do CUCA se preparam para a Gira.

Conforme a batida dos tambores ia embalando o andamento da Gira, as manifestações de entidades iam se sucedendo. Assim, outros Orixás também foram homenageados neste dia, como Iansã e os Erês.

A dança como forma de devoção.

A chegada dos Erês é sempre uma festa!

Este foi apenas mais um rito dentre tantos outros que ainda irão acontecer, como a tradicional Gira de Praia, que ocorre no final do mês de dezembro, quando Iemanjá será o principal Orixá a ser agradecido. Lembremos que nenhum Orixá é esquecido nos trabalhos de encerramento do ano e que todos serão homenageados e ofertados, dentro de um calendário pré-definido pelo CUCA.

Lavagem da Cabeça


No meio da mata há uma bela cachoeira onde jorra a água límpida e fresca que brota nas vertentes do alto da serra. Ali reina uma paz serena, embalada pelo murmurar da corrente que segue vigorosa o leito do rio.

Médius seguem o balaio rumo à cachoeira.

E foi para cá que vieram os médiuns, num cortejo onde o branco das vestes se destacava contra o fundo verde das árvores para participar da Cerimônia da Lavagem da Cabeça. Apesar do nome, este ritual consistia em um banho de imersão, onde o médium mergulhava de corpo inteiro.

Hora de deixar as más energias irem embora.

Ao final do dia o retorno ao Rio se deu em meio a alegria daqueles que, com a alma revigorada, estavam prontos para dar seguimento a sua rotina de vida material e espiritual.

Veja estas e muitas outras fotos no álbum Gira de Mata e Cachoeira (clique aqui) em Gastando Sola, nossa página no Facebook.

Fontes:

CENTRO DE UMBANDA CAMINHOS DE ARUANDA - CUCA. [Página oficial]. Disponível em http://www.caminhosdearuanda.com.br/. Acessado em 02 dez. 2014.

UNIÃO UMBANDISTA DOS CULTOS AFRO BRASILEIROS. Parque Ecológico dos Orixás. Disponível em http://www.uucab.com.br/parque/index.php. Acessado em 02 dez. 2014.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Gruta de Maquiné - Cordisburgo - MG

Cordisburgo é um pequeno município mineiro, localizado a uns 120 km de Belo Horizonte, mais conhecido por ser a terra natal de Guimarães Rosa e que tem como principal atrativo turístico a Famosa Gruta de Maquiné.

De acordo com o guia local que nos atendeu durante a visita, o nome da cidade resulta da junção das palavras Cordis, que em latim significa Coração, e Burgo, que em alemão significa Cidade, e é uma homengem ao Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da localidade.

A Gruta de Maquiné - um pouco de história


A caverna foi descoberta em 1825 por Joaquim Maria Maquiné, o Seu Maquiné, enquanto andava pelas terras de sua fazenda, mas permaneceu praticamente inexplorada por quase uma década.

Entrada da Gruta de Maquiné.

Em 1834 o naturalista dinamarquês Peter Wihelm Lund, que realizava uma expedição científica da região, explorou a caverna e trouxe à luz a descoberta de fósseis de grande importância histórica, motivo pelo gual a Gruta de Maquiné é considerada o berço da paleontologia brasileira. Graças a ele também se tornaram conhecidos os sete salões com belíssimas formas arquitetônicas naturais, esculpidas pelo caprichoso trabalho da água durante milhares de anos.

E uma curiosidade: recentemente cenas da novela Império, da Globo, foram gravadas no interior da gruta.

Uma obra de arte de milhões de anos


O trajeto aberto a visitação é de aproximadamente 650 metros, com um declive em torno de 18 metros, tornando a descida suave e a volta tranquila. O interior conta com iluminação de led estratégicamente distribuída de modo a destacar os principais atrativos. Além disso, o percurso é realizado em passarelas niveladas e sinalizadas para que os visitantes possam apreciar as belas esculturas naturais formadas pelas estalactites e estalagmites com total segurança. 
Formação conhecida como "tubos de órgão".

O interior da gruta é realmente impressionante, tanto pela variedade de formações que podem ser observadas quanto pelas dimensões de alguns salões, em especial o último. De acordo com o guia, há milhões de anos atrás um rio subterrâneo escavou a terra, dando origem a caverna que hoje conhecemos. Neste último salão, o maior de todos, existem claros vestígio de um grande desmoronamento que provavelmente bloqueou a passagem da água e acabou por alterar seu curso.

Ainda segundo ele, há uns 30 anos havia diversas áreas alagadas no interior da gruta, mas aos poucos esta água foi secando e agora, devido a prolongada estiagem, nem mesmo o gotejar responsável pela formação das estalactites estava ocorrendo.

Pinturas Rupestres


Um detalhe interessante é que apesar do tamanho da caverna não há vestígios de ocupação humana em seu interior. Apenas na entrada foram encontrados utensílios de pedra e algumas pinturas rupestres que sobreviram ao tempo.

Pintura rupreste.

Atenção ao turista


O local conta com uma boa estrutura de apoio aos visitantes. Há uma ampla área de estacionamento, banheiros e um restaurante que serve comida mineira a preços acessíveis.

Tanto o entorno como o acesso à gruta foram calçados, de modo a facilitar o deslocamento dos turistas. A visitação é feita em pequenos grupos obrigatoriamente acompanhados por um guia local experiente, uma vez que o ambiente fechado torna necessário a observação de alguns requisitos de segurança. Isto sem falar que o conhecimento das peculariedades da atração, que não são poucas, permite a ele enriquecer a experiência com histórias ricas em detalhes.

Veja estas e outras fotos no álbum Cicuito Cidades Históricas - Cordisburgo (clique aqui) em Abaretiba, nossa página no Facebook.

Gruta de Maquiné


Localização: Via Alberto Ramos, Rodovia MG-231, km 7, Cordisburgo, Minas Gerais
Ingresso: R$ 17,00
Horário de visitação: Diariamente, das 08:00 às 17:00 horas, sendo que o último grupo inicia a visitação às 16:00 horas.
Duração da visita: De 1 a 2 horas