A existência deste cemitério era conhecida há mais tempo pelos historiadores, mas sua localização exata havia se perdido devido aos sucessivos aterros e alterações na paisagem urbana no local, daí a importância da descoberta feita pelo casal.
A área situada onde hoje fica o bairro da Gamboa destinava-se a receber os corpos daqueles que não resistiam à fome, doenças e maus tratos a que eram submetidos os cativos, desde sua captura na África até serem vendidos no mercado do Rio de Janeiro. Na verdade o terreno era apenas mais uma instalação da complexa infraestrutura montada para dar suporte ao lucrativo comércio escravagista e funcionou de 1769 até 1830, ano em que foi oficialmente proibido o tráfico de escravos. Estima-se que neste perído, em torno de 30 mil pessoas tenham sido depositadas anonimamente ali. Para saber mais sobre o tema, veja o post sobre o Cais do Valongo, clicando aqui.
Memorial preserva a memória dos ancestrais africanos
Hoje a antiga residência abriga um memorial, integrante do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos - IPN e se propõe a estimular uma reflexão sobre o passado escravista brasileiro através de exposições permanentes e temporárias, cursos, palestras e oficinas.Sala da exposição permanente. |
Fotografias de escravos em grande formato personificam as vítimas anônimas da escravidão e painéis espalhados pelas paredes contam um pouco desta história. Em 2012 foram inauguradas aberturas no piso, protegidas por pirâmides de vidro, que permitem ao visitante ver o solo do antigo cemitério ainda com alguns vestígios das ossadas ali depositadas.
Obra integrante da mostra Papel de Seda. |
Em paralelo à exposição permanente há uma galeria onde artistas da atualidade expões obras de arte contemporâneas de temática variada.
Estrutura aparente permite ver as técnicas de construção utilizadas no passado. |
Preservação da memória é o foco principal. |
Memorial dos Pretos Novos
Rua Pedro Ernesto, 36 - Gamboa, Rio de Janeiro - RJTelefone: (21) 2516-7089
E-mail: pretosnovos@pretosnovos.com.br
Horário: Terça a sexta, das 13 as 19 horas
Entrada franca
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