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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Era uma casa muito engraçada ....

Você sabia que a tal casa muito engraçada que aparece na famosíssima canção de Vinícius de Moraes existe mesmo? E que ela já foi tema de um post aqui no GSMA, sem que nos déssemos conta disto??

Parece incrível, mas é verdade. E o mais interessante é que esta constatação ocorreu totalmente ao acaso!


Casapueblo continua sendo uma casa muito engraçada!


Informação nas alturas


Uma das coisas boas de viajar com a TAM é desfrutar da leitura da revista Brasil : almanaque de cultura popular, presente nos bolsões das poltronas e sempre recheada com histórias interessantes cujo tema invariavelmente é a brasilidade.

Enquanto retornava ao Rio, depois de gastar sola em Porto Alegre fugindo da chuva, aproveitei para matar o tempo lendo o Almanaque Brasil e qual não foi minha surpresa ao encontrar um artigo contando a origem da música de Vinícius em parceria com Toquinho. De acordo com o texto, a Casa Muito Engraçada é nada mais nada menos que a Casapueblo, construída por Carlos Vilaró em Punta Ballenas, no Uruguai. Em 2007 estivemos ali e ficamos impressionados com a obra monumental do artista uruguaio (para ver o post sobre a Casapueblo clique aqui), que a partir de uma modesta casinha na encosta de um morro construiu um complexo que abriga sua residência, um hotel, um museu e galeria de arte.

Ainda de acordo com a matéria, Vinícius, que foi Embaixador do Brasil no Uruguai, era amigo de Vilaró e costumava frequentar a Casapueblo. Numa destas visitas começou a improvisar a trova infantil para entreter as filhas do artista. O resultado agradou tanto o poetinha que ele acabou por transformá-la na canção que todos conhecemos e amamos. E um detalhe: na versão original a estrofe final arrematava com os seguintes versos:

Mas era feita com pororó
Era a casa de Vilaró

Posteriormente o poema foi modificado e esta parte foi suprimida, mas o delicioso non-sense da canção infantil permaneceu inalterado.

Fonte:

A TAL DA "CASA MUITO ENGRAÇADA" EXISTE MESMO. Brasil : almanaque de cultura popular. V. 16, n. 183, out. 2014. p. 8.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Casapueblo - Punta Ballena - Uruguai

Neste último dia 24 morreu Carlos Páez Vilaró, artista plástico uruguaio de renome internacional. Segundo seu filho, morreu como sempre viveu, em plena atividade e para ele vale, literalmente, a frase "descanse em paz".

Obras de Vilaró expostas na Casapueblo.

Autor de obras nos mais variados suportes e estilos, Vilaró deixa uma herança cultural valiosíssima e um vazio que dificilmente será preenchido. Dentre suas realizações, a mais marcante e monumental é sem dúvida a Casapueblo, uma edificação erguida na encosta de um penhasco em frente ao mar. O próprio artista a definia como uma escultura habitável e dedicou boa parte de sua vida a sua construção.

Tudo começou em 1958 com uma pequena casa de lata destinada a armazenar os materiais que ele ia recolhendo para a futura casa.  Com a ajuda de amigos ergueu "La Pionera", uma estrutura feita com a madeira trazida pelo mar após as tempestades e que eram recolhidas por ele com a ajuda de pescadores. Deixando-se levar pela imaginação e pelos desníveis do terreno, conseguiu uma integração perfeita da construção com a paisagem. Hoje Casapueblo é a maior atração turística do local e conta com museu, hotel e área de visitação aberta ao público. Todos os dias, ao entardecer, é realizada a Cerimônia do Sol, uma espécie de missa ecumênica muito disputada pelos visitantes.


Casapueblo está integrada à paisagem de Punta Ballena.
A melhor descrição do conceito arquitetônico vem do site do artista: o estilo de construção segue uma arquitetura modelada em luta aberta com a linha reta e utiliza o conceito de forno de pão. Carlos Vilaró se inspirou no assador e no homem do campo que se vale do adobe para levantar sua casa. Também se perecebe a influência mediterrânea neste estilo tão particular que caracteriza o mestre uruguaio (1).


Estruturas forma modeladas pelo próprio artista.

Em 2007, enquanto gastava sola em terras uruguaias, tive a oportunidade de conhecer Punta Ballena e, é claro, a Casapueblo. O lugar é no mínimo impressionante e é até difícil imaginar que algo tão mirabolante possa ter saído da cabeça de uma única pessoa. Mas em sendo Vilaró, obviamente é possível. Segundo contam, um dos motivos da obra ser modular é econômico. Como o artista não dispunha de recursos, tinha que interromper o trabalho e aguardar até que a venda de uma nova obra pudesse financiar mais um módulo. Outra curiosidade é que há um caminho conhecido como Ernesto Sábato, cujo trajeto foi traçado pelos operários em suas idas e vindas transportando materiais para a construção.

Vilaró se foi, mas sua obra permanece e a Casapueblo se torna seu legado para o povo de Punta Ballena e para todos nós.

Fonte:

VILARÓ, Carlos Páez. Museo - taller. Disponível em http://carlospaezvilaro.com.uy/nuevo/museo-taller/. Acessado em 26 fev. 2014.




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