De forma similar ao que ocorreu com a colônia portuguesa, as colônias espanholas também receberam um significativo contingente de escravos africanos. No Uruguai o processo teve início por volta de 1750 e se intensificou de tal maneira que no ínio do século XIX mais de 50% da população de Montevidéu era constituída por afro-descendentes.
Assim que chegavam, os escravizados eram submetidos a um processo de aniquilamento cultural para que esquecessem suas origens. Desprovidos de tudo, restava-lhes apenas a música, como uma recompensa pelas pesadas tarefas executadas durante o dia e um refúgio contra a nostalgia da terra natal. Da mistura de etnias africanas reunidas nestes encontros musicais nasceu o Candombe no século XVIII. O termo inicialmente designava as danças praticadas pelos negros, posteriormente passou a significar o ritmo musical baseado sobretudo nos tambores. Estas reuniões a céu aberto foram duramente reprimidas durante muito tempo e o Candombe passou a ser executado em lugares fechados, muitas vezes em segredo. Atualmente, é considerado uma representação fundamental da cultura uruguaia e foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade.
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Mama Vieja com seu leque, personagem típica do Candombe. |
O Candombe moderno é executado por três tipos distintos de tambores (chamados genericamente de tangó ou tambó):
- tambor piano: é o maior e sua função é dar o som de fundo, como um bumbo;
- tambor chico: é o menor, seu som agudo dita o ritmo;
- tambor repique: de tamanho intermediário, serve para dar o tom nas improvisações feitas pelos músicos.
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