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quarta-feira, 30 de maio de 2018

Um susto no Km 104! - Machu Picchu - Peru

Em abril de 2014 realizei um velho sonho de infância há muito adiado: conhecer Machu Picchu. E como não podia ser diferente, decidi fazer isso no melhor estilo gastadores de sola, ou seja, através da famosa Trilha Inca.

Uma vez decidido o destino e a forma de atingi-lo começaram os preparativos para a empreitada, com a contratação de uma operadora responsável pelo suporte e infraestrutura, escolha de equipamentos, corridas para aumentar o condicionamento físico e muita pesquisa na internet para saber o quê iria encontrar pelo caminho. Havia optado por fazer a Trilha Inca Curta, que é percorrida em apenas um dia, e lembro de achar estranho que, ao analisar os relatos sobre a trilha, todos se referiam ao ponto de partida como sendo o km 104 - nunca uma estação ou ponto de controle. Apenas aquele enigmático marco cravado na ferrovia.

Finalmente chegou o dia da viagem e lá fui eu cheio de expectativas. Depois de três dias de aclimatação em Cuzco devido a altitude, finalmente chegou o momento de dar início a tão desejada Trilha Inca. A operadora contratada enviou uma van que me levaria a Ollantaytambo para dali tomar o trem que segue para Águas Calientes. O motorista deu as orientações necessárias e informou que um guia estaria me aguardando na parada do trem - no quilômetro 104!  Até aí tudo certo, embarquei e curti o passeio despreocupadamente.

Na estação de Ollantaytambo, durante o embarque dos passageiros, o condutor perguntava a cada um aonde iria descer e, obviamente, disse que seria no tal quilômetro 104. A viagem seguiu sem maiores incidentes e a certa altura o trem parou em meio a uma mata fechada, literalmente no meio do nada. Havíamos chegado ao ponto de início da Trilha Inca Curta. Simplesmente não havia estação, plataforma ou qualquer tipo de estrutura. A composição parou e os que iriam percorrer a trilha desceram. Simples assim.

A ferrovia que leva a Águas Calientes segue por uma zona de mata.

Até aí tudo bem. Como vários passageiros haviam  descido comigo deduzi que era ali mesmo que tinha que estar e que bastava aguardar pelo guia, conforme o combinado.

Entretanto ... Aos poucos os grupos foram se organizando em torno de seus respectivos guias e se afastando para dar início a caminhada. Eu ali esperando e nada. Olhei em volta e comecei a ficar realmente preocupado, pois estávamos num lugar ermo. O trem partira e não havia possibilidade de retorno.

No Km 104 descem aqueles que irão fazer a Trilha Inca Curta.

Quando vi que a última leva se preparava para partir fui até o responsável pelo grupo para explicar minha situação e perguntar o quê deveria fazer. Afinal o meu guia não havia comparecido ao ponto de encontro e eu estava sozinho num lugar desconhecido. O rapaz foi muito gentil e me convidou a acompanhá-los até o Posto de Controle de Chachabamba. Segundo ele, lá eu poderia ficar aguardando e ao menos poderia contar com algum apoio dos guardas se necessário. Entretanto não poderia entrar no parque, uma vez que a presença de um guia é requisito obrigatório.

Posto de Controle de Chachabamba.

Confesso que nesse momento comecei a ficar aflito, mas felizmente o desconforto não durou muito tempo mais. Lá pelas tantas o rapaz que me orientara apontou para uma ponte que havíamos cruzado para chegar ali e disse, meio divertido:

- Creio que aquele ali é o teu guia!

Olhei para onde ele apontava a tempo de ver alguém correndo afobado, sem se preocupar com a fragilidade daquela velha ponte de madeira. De fato era ele que, após perceber que eu não estava no ponto de encontro, vinha em desabalada carreira rumo ao Posto de Controle!

Seu nome era Richard e, conforme me contou mais tarde, no dia anterior decidira dormir num povoado próximo à ferrovia e de lá ir ao meu encontro no quilômetro 104. Infelizmente, ao deixar a aldeia fora atacado e mordido na perna por um cachorro!! O estrago havia sido considerável, mas ele fora até lá, justamente para não deixar o cliente (no caso, eu) na mão.

Realizados os procedimentos de praxe para ingressar no parque fomos tratar do ferimento, que felizmente não era assim tão grave, embora inspirasse cuidados - o cachorro cravara os dentes com vontade!! Fizemos um curativo e cogitei seriamente em cancelar a trilha, pois é preciso lembrar que além do machucado havia a questão do animal estar contaminado com o vírus da raiva. Richard insistiu dizendo que estava bem. Além disso, o fato é que não havia muito o quê fazer, uma vez que onde estávamos não havia recursos. Ou seja, para consultar um médico era preciso ir até nosso destino final: Águas Calientes, passando por Machu Picchu.

Superado o susto inicial percorremos a trilha sem maiores percalços. A dificuldade, para mim, ficou por conta da altitude. Para se ter uma ideia, o Posto de Controle de Chachabamba está a uns 2.100m acima do nível do mar e Intipunku, o ponto mais alto da trilha, a 2.700m, o que significa uma caminhada de 14km de extensão com um desnível de 600m a ser vencido num ambiente de ar rarefeito. Para superar este desafio preparo físico é fundamental, mas a atitude mental não pode ser negligenciada. Com a fadiga pode vir o desânimo e se isto ocorrer será extremamente penoso concluir a jornada.

O guia Richard, refeito e pronto para seguir em frente.

Bom humor é fundamental


O susto foi grande, mas serviu para ensinar uma lição valiosa. Em momentos de apuro é fundamental manter a calma e o bom humor. Isso ajuda, e muito, a tomar decisões mais acertadas, mesmo quando as opções são limitadas.

No final daquele dia eu e Richard já havíamos estabelecido uma relação de convívio muito saudável, reforçada pela superação daquela dificuldade inicial e que dificilmente seria alcançada se eu me mostrasse irritado ou mesmo agressivo com o atraso. As vezes é fundamental saber se colocar no papel do outro para compreender melhor seus motivos.

Veja o álbum de fotos Trilha Inca Curta em nossa página no Facebook, clicando aqui.
Para saber mais sobre a Trilha Inca leia o post Trilha Inca Curta.

Enfim a pose clássica com Machu Picchu ao fundo - foto de Richard Cerón.

Blogs Participantes

Esse post integra a blogagem coletiva Perrengues de Viagem, uma iniciativa do grupo Pequenos Grandes Viajantes, do qual o GSMA faz parte !! Todo mês seus membros elegem um tema sobre o qual os participantes expõem o seu ponto de vista.

Aproveite para conhecer outras histórias sobre perrengues dos demais blogs participantes:
  1. Destinos por onde andei... - Perdida em Roma, Itália;
  2. Atravessar Fronteiras - Um perrengue de viagem que rendeu um DVD ao vivo
  3. Viajando por Aí - Cuidados em um safari: algumas regrinhas para não levar um susto
  4. Mariana Viaja - Sobre mosquitos e os perrengues que (por causa deles) já passei viajando...; 
  5. Cantinho de Ná - O passeio foi cancelado? Não insista, é a melhor decisão
  6.  Ligado em Viagem - Perrengues que já passamos em hotel e como evitá-los;
  7. Foco no Mundo - Perrengues no aeroporto: o que fazer quando algo dá errado?;
  8. Viagens Invisíveis - Nossos maiores perrengues de viagem.

sábado, 29 de outubro de 2016

Carta aberta à LATAM - Montevidéu - Uruguai

Mensagem da LATAM comunicando cancelamento do voo.
Detalhe: o site indicado não funcionava :(
No último dia 27 uma forte tempestade se abateu sobre o Uruguai, causando muitos estragos e forçando o cancelamento de diversos voos.

A equipe do GSMA estava no aeroporto de Carrasco - Montevidéu, pronta para embarcar de volta para o Rio quando isto aconteceu. Assim, pudemos testemunhar um festival de erros, descortesia, grosserias e descaso por parte da equipe da LATAM cuja função, naquela hora de dificuldade, seria justamente apoiar os passageiros para minimizar o desconforto da situação.

Estamos tentando nos comunicar com a empresa, mas o site de Contato da LATAM exibe um erro e não permite o cadastramento da reclamação (clique aqui para ver aviso que enviamos na página da LATAM). Enviamos uma mensagem via Facebook e até o momento não obtivemos resposta. Por isso decidimos publicar aqui a íntegra do texto enviado na forma de uma carta aberta à LATAM. Quem sabe assim eles tomem conhecimento do ocorrido.






Carta aberta à LATAM


Prezados,
Como usuário antigo e frequente da TAM, agora LATAM, foi com pesar que constatei que os princípios de bom atendimento ao cliente que sempre nortearam esta empresa foram completamente ignorados por ocasião do cancelamento do voo JJ8039 no dia 27 de outubro p.p., devido  as condições meteorológicas - o que é perfeitamente compreensível.

Em primeiro lugar, tomei conhecimento do cancelamento por uma mensagem SMS enviada para o meu celular pela empresa, pois no display do aeroporto aparecia apenas que o voo estava atrasado. Muito tempo depois apareceu esta informação no painel e um funcionário veio nos dizer que tínhamos que deixar a área de embarque e providenciar, por nossos meios, uma forma de contornar a situação.

Voltamos ao check-in, onde começou um jogo de empurra-empurra e contra-informação por parte da equipe da LATAM. De forma ríspida e grosseira nos diziam que deveríamos ligar para o call-center e que esta era a posição oficial da empresa. Entretanto, nossos celulares não podiam fazer ligações no Uruguai. Procurei um telefone público e descobri que a ligação não era gratuita. Sai então em busca de um cartão telefônico e constatei que não vendem cartões telefônicos no aeroporto! Pedi o celular emprestado a um uruguaio que se solidarizou com nossa situação e consegui falar com o tal call-center, só que a atendente disse desconhecer o caso e que não poderia me ajudar. Retornei ao check-in e falei com a supervisora que continuou a insistir que esta era a única solução proposta pela LATAM e que eu deveria continuar tentando contatar o call-center. Depois de explicar que não era possível e muito insistir ela cedeu um celular e - pasmem - o atendente disse que o procedimento adotado pela equipe do check-in estava incorreto. Passamos o telefone para a supervisora e depois de conversar com este atendente ela propôs outra solução: nos alocar num voo para São Paulo, sem conexões! Eu e minha esposa compramos um voo direto para o Rio de Janeiro, assim como outros passageiros que estavam naquela situação. Entretanto, não havia possibilidade de argumentação. O destino tinha que ser São Paulo e no dia seguinte. Transporte, hospedagem e alimentação teriam que correr por nossa conta. Sem opção e possibilidade de diálogo, aceitamos a troca do voo para São Paulo e procuramos um hotel para passar a noite, arcando com as despesas, obviamente.

Neste dia chegamos no aeroporto às 08:00 da manhã e só saímos de lá por volta das 19:00 (horário local). Cabe ressaltar a falta de cortesia com que fomos tratados. Como as pessoas não saiam da área de check-in para ligar para o tal call-center a supervisora entendeu por bem chamar a polícia para intimidar os passageiros. Se ela tivesse tido a competência de lidar com a situação corretamente tudo isso poderia ter sido evitado.

Por volta das 21:00 (hora local) ficamos sabendo por outro passageiro que haviam aberto um voo direto para o Rio e alguns haviam conseguido ser encaixados nele. No dia 28 bem cedo nos dirigimos ao aeroporto na esperança de conseguir vaga, mas o voo já estava lotado. Era outra equipe e a pessoa que nos atendeu ficou surpresa ao saber que haviam nos colocado num voo para São Paulo quando nosso destino era o Rio. Felizmente ela se dispôs a procurar uma conexão que nos atendesse. Para resumir, uma viagem que deveria ter sido feita em 03 horas no máximo durou 09 horas! Chegamos em São Paulo em Guarulhos e tivemos que nos deslocar até Congonhas, com risco de perder a conexão devido ao trânsito intenso da sexta-feira. Exausto e desapontado lembrava daquela TAM que recebia o passageiro com o tapete vermelho e cortesia. Simplesmente lamentável.

Ass. Paulo Cattelan - passageiro frequente da LATAM

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Uma aventura inesperada - Novo Airão - AM

Visitar o Flutuante dos Botos em Novo Airão foi um dos pontos altos de nossa visita ao Amazonas - e também o mais surpreendente! O Flutuante é ótimo, não há dúvidas, mas a surpresa mesmo ficou por conta de como chegamos até lá. Uma história que merece ser contada.

Como tudo começou


Era segunda-feira e o dia corria tranquilo enquanto aguardávamos o transporte que nos levaria a uma praia no município de Manacapuru, próximo a Manaus. Na véspera uma prima da Renata (integrante da equipe do blog), havia nos convidado para realizar este passeio, mas como já passava das 15h00 comecei a ficar apreensivo com a possibilidade de chegar lá com pouca luz.

Felizmente a prima não demorou muito e demos início ao deslocamento, seguindo em direção à Ponte do Rio Negro para então pegarmos a rodovia AM-070. A conversa a bordo era animada e o tema principal eram os atrativos da região. Lá pelas tantas, depois de rodar um bom trecho, nossa motorista perguntou meio de sopetão:

- Vocês já viram os botinhos de Novo Airão?!

- Ainda não! Respondemos em coro.

Na verdade, nós nunca tínhamos sequer ouvido falar em Novo Airão. Puxando pela memória lembrei de ter lido sobre um lugar onde os botos interagiam com os visitantes quando preparava o material para a viagem e me parecia que era próximo a Manaus. Por isso, quando ela quis saber se preferíamos ver os botinhos ou ir a praia a resposta veio pronta:

- Os botos, é claro!!

Boto Cor-de-rosa.

Para quem não sabe, os rios da Amazônia são povoados por uma espécie muito peculiar de cetáceo, o Boto-Cor-de-Rosa. Trata-se de uma espécie única, encontrada somente na região e que se caracteriza pela coloração avermelhada da pele. São animais de comportamento social e pouco agressivos, que com frequência acompanham as embarcações saltando e fazendo evoluções. Com o ecoturismo em alta logo surgiu uma demanda pelo avistamento dos botos. Turistas do mundo inteiro querem conhecer a Amazônia e seus habitantes - e pagam bem para isso! -, criando assim um nicho de mercado voltado para roteiros que incluem o contato com animais da floresta, entre eles a visitação onde é possível brincar com os botos em seu ambiente natural.

É logo ali


Tomada a decisão, seguimos lépidos e fagueiros estrada afora confiantes que muito em breve estaríamos na água, brincando com os botinhos. Ledo engano ...

Depois de rodar por umas duas horas nossa motorista revelou que não conhecia a localização exata do flutuante e que não fazia ideia de que era tão longe. Como já passava das 17h00 comecei a pensar que não chegaríamos a tempo, uma vez que este tipo de atração costuma encerrar suas atividades ao final da tarde. Além disso, sempre é bom lembrar que estávamos na Amazônia. Ou seja, nesse ponto da viagem a paisagem era deserta, com a estrada cercada pela floresta. O ponteiro indicativo do combustível começava a baixar perigosamente e a probabilidade de encontrarmos um posto de combustível por ali era cada vez menor.

A certa altura avistamos um tronco caído na estrada, ocupando meia pista. Como não era muito grosso seguimos em frente sem desviar. Para nossa surpresa, com a aproximação do carro, o "galho" começou a se mover rapidamente tentando escapar, sem sucesso. Sentimos as rodas passando sobre a enorme cobra (possivelmente uma jovem sucuri) com receio de tê-la esmagado. Entretanto, olhando pelo retrovisor ainda pudemos vê-la seguindo em direção das árvores como se nada tivesse acontecido ...

Alguns quilômetros adiante outro "galho" na pista. Desta vez, mais preparados, desviamos e estacionamos o carro alguns metros adiante. Agora era uma papa-ovo de uns três metros de comprimento!

A papa-ovo de olho na lente.

Durante o percurso paramos umas duas ou três vezes para perguntar o caminho e a que distância ficava Novo Airão. O caminho era aquele mesmo e para aqueles caboclos acostumados a medir distâncias com dimensões amazônicas Novo Airão era "logo ali"... Resumindo, a chegada se deu por volta das 18h30, depois de percorrermos 200 km de estrada. Nada mal para quem pretendia dar um pulinho na praia e voltar.

Contando os trocados


Nem preciso dizer que o Flutuante dos Botos já havia fechado há muito tempo e só iria reabrir no dia seguinte, por volta das 08h00 da manhã. Para compensar um pouco a frustração, restou a bela paisagem do anoitecer as margens do Rio Negro. 

Cai a noite sobre o Rio Negro.

Devido ao avançado da hora decidimos pernoitar na cidade para, no dia seguinte, visitar os botos e retornar a Manaus. O plano era simples, mas esbarrou num pequeno problema: em Novo Airão os estabelecimentos comerciais não aceitam cartões de débito ou crédito! E há apenas uma agência bancária, sendo que nós todos possuímos conta em outros bancos.

O jeito foi sacar as carteiras e ver quanto cada um tinha em dinheiro para então saber quanto se poderia gastar com hospedagem, jantar, café da manhã e gasolina. O valor dos ingressos para visitar os botos foi o primeiro a ser separado, pois não havia dúvidas sobre o quê era prioridade naquele momento. Afinal, viajar aquela distância e não ver os botinhos estava fora de questão.

Depois de percorrer todos os hotéis e pousadas disponíveis optamos pela Pousada da Lana onde o pernoite custava apenas R$ 40,00 o quarto. Estava longe de ser um cinco estrelas, mas os lençóis eram limpos, o colchão decente e o banheiro privativo.

Resolvida a questão do pernoite, passamos para a próxima tarefa: jantar. Esta foi fácil de resolver, uma vez que após percorrer praticamente todas as ruas da cidade em busca de pouso já sabíamos nos localizar e fomos direto numa lancheria com mesinhas ao ar livre. Foram três sanduíches de bom tamanho e um refrigerante litro por apenas R$ 24,00 - menos que o preço de uma refeição para uma pessoa no Rio de Janeiro.

Um dinossauro na praça


Aqui não há muitas opções de lazer e, como é comum em cidades do interior, a praça principal acaba servindo como ponto de encontro dos moradores. Como logo podemos descobrir, a noite nos reservava outras surpresas, sendo que a primeira foi avistar em plena praça a estátua de um enorme dinossauro!

O dinossauro que dá nome a praça.

A silhueta daquele animal pré-histórico em uma praça no interior do Amazonas foi uma visão surpreendente, com uma pitada de surrealismo e algo divertido. Não encontramos uma explicação oficial para o fato, mas, de acordo com algumas versões, a estátua é uma referência aos sítios arqueológicos da região onde teriam sido encontrados vestígios de antigos animais. Diga-se de passagem que o lugar é conhecido como Praça do Dinossauro.

Enquanto fotografávamos o dino notamos uma forte movimentação de moradores e fomos conferir o que estava acontecendo. Era o pessoal da cidade se reunindo para ensaiar as apresentações que seriam feitas durante o Festival do Peixe Boi, evento que ocorre na cidade no final de dezembro de cada ano. O grupo estava afinado e a batida era forte e contagiante.

Bateria dos Moradores de Novo Airão.

Será que valeu a pena?


Depois de uma noite tranquila só restava um item na agenda: visitar os tão famosos botinhos que nos haviam feito percorrer 200 km de estrada e viver a melhor parte da viagem numa aventura completamente inesperada. Se valeu a pena? É claro que sim. Não foi a primeira - e tomara que não tenha sido a última - vez que nos desviamos do planejamento original para descobrir que se perder é uma das melhores formas de encontrar novos caminhos.

Depois de um bom café com tapioca seguimos até as margens do Rio Negro onde o Flutuante aguardava os visitantes para a primeira sessão do dia, mas o relato desta visita é assunto para outra postagem!


Na manhã seguinte, o Flutuante aberto!

Porque Novo Airão?

Quando ouvi falar em Novo Airão a primeira coisa que me veio a mente é o porquê da palavra Novo. Onde estaria Airão, a Velha, a cidade original? E o que teria acontecido com ela? Depois de algumas pesquisas, descobri no Portal Amazônia o seguinte:
A história da cidade começou no final do século 19, com um devastador ataque de formigas. O incidente aconteceu na comunidade de Airão Velho, hoje uma cidade fantasma. A invasão dos insetos ao município obrigou a população a se mudar para a outra margem do rio Negro. Airão Velho abriga hoje apenas ruínas de uma igreja, enquanto a nova sede se desenvolveu e é lar de 15 mil habitantes. 
Acompanhe o desfecho desta aventura no post Flutuante dos Botos (clique aqui).

Veja estas e outras fotos em Abaretiba, nossa página no Facebook, no álbum Novo Airão - Amazonas (clique aqui).

Veja também estes outros posts sobre o Amazonas:



Fonte:


PORTAL AMAZÔNIA. Novo Airão, lar de riquezas naturais no coração da Amazônia. Manaus, 24 set. 2011. Disponível emhttp://www.portalamazonia.com.br/cultura/turismo/novo-airao-lar-de-riquezas-naturais-no-coracao-da-amazonia/. Acessado em 16 jan. 2015.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Aeronautas decidem parar

O Sindicato Nacional dos Aeronautas publicou nota avisando aos usuários do transporte aéreo que comandantes, pilotos e comissários decidiram em assembléia dar início a uma paralisação parcial das atividades a partir do próximo dia 22.

Aeronautas anunciam paralisação de atividades.

Quem costuma viajar de avião no período de Natal e Ano Novo deve ter percebido que em 2014 não houve suspensão dos serviços como em anos anteriores e, ao que tudo indica, a data escolhida para a mobilização em 2015 reflete a preocupação da categoria em não se indispor com a opinião pública.

Segundo a nota divulgada, a paralisação ocorrerá nos voos previstos entre 06h00 e 07h00 da manhã em todo o Brasil e poderá ser intensificada nos dias subsequentes por tempo indeterminado.

A categoria reivindica um reajuste salarial de 8,5%, escalas de trabalho que evitem o risco de fadiga dos tripulantes, limitação dos períodos de trabalho nas madrugadas e redução da jornada de trabalho, condições que afetam diretamente a segurança de voo e a qualidade de vida das tripulações e, consequentemente, dos passageiros.

Apesar de legítima, a paralisação deverá ocasionar muitos transtornos para aqueles que precisam viajar neste período. Passageiros, apertem os cintos e tenham paciência porque os atrasos serão inevitáveis.

Leia a nota na íntegra no site do Sindicato Nacional dos Aeronautas em http://www.aeronautas.org.br/assembleia-decide-iniciar-greve-dos-aeronautas-em-22-de-janeiro.

domingo, 6 de julho de 2014

Praça XV e o fantasma da perimetral - Rio de Janeiro - RJ

Em abril deste ano mais um trecho da antiga perimetral veio ruidosamente abaixo, com farta publicidade sobre os benefícios que as obras de revitalização do porto devem trazer para os cariocas. Por enquanto, apesar das promessas e das belas imagens em animação gráfica mostrando como ficará a cidade depois de tudo pronto, o que se tem é muita poeira, interdições no trânsito de veículos e pedestres e uma paisagem que parece o prenúncio do apocalipse.

Pilastra da antiga perimetral na Praça XV.

No caso da Praça XV, a situação é um pouco mais grave devido a lentidão no desmanche das gigantescas estruturas de concreto armado que davam sustentação as pistas do finado viaduto. Aqui não foi possível utilizar a técnica da implosão devido ao risco de danificar o túnel (conhecido como Mergulhão) que corre por baixo da praça.

Escombros alteram a paisagem e impedem a circulação na cidade.

Considerando que esta dificuldade era amplamente conhecida pelos técnicos que planejaram a operação fica difícil de entender, e aceitar, este cronograma de obras que, na prática, desconsiderou a realização da Copa do Mundo no Rio. Além dos transtornos já relatados, o Centro Cultural da Marinha teve que suspender seu funcionamento por ter seu acesso bloqueado e a paisagem, se já não era muito bonita com a perimetral, ficou completamente desfigurada com os escombros remanescentes. Não seria o caso de ter aguardado o encerramento do torneio para então dar início à demolição?

Agora só resta aguardar que o resultado final seja tão bom quanto o prometido e torcer para que não ocorram mais atrasos, pois as olimpíadas serão em 2016. Será que ficará pronto até lá?

Veja outras fotos no álbum Ruínas da Perimetral (clique aqui) em Abaretiba, nossa página no Facebook.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Vai ter copa, e dai? - Rio de Janeiro - RJ

Quem acompanha as postagens do GSMA sabe que sempre pautamos nossas matérias com base numa agenda positiva, mostrando o que há de bom e de melhor nos locais visitados. Faltando exatos 30 dias para o início da Copa do Mundo gostaríamos de estar trazendo dicas, promovendo atrações e indicando lugares que valessem a pena ser visitados.


Realização da Copa no Brasil frustrou expectativas.

Entretanto, ultimamente temos verificado uma série de problemas que nos levam a questionar se é aconselhável continuar promovendo estes locais sem alertar sobre o quê está acontecendo aqui no Rio de Janeiro.

Desde que a escolha do Brasil como sede de dois eventos mundiais (Copa e Olimpíadas) foi anunciada, verificou-se uma disparada nos preços sem precedentes. Não por acaso foi criada uma página no Facebook com o sugestivo nome de Rio Surreal, que já conta com mais de 45 mil seguidores, destinada única e exclusivamente a denunciar os abusos cometidos por comerciantes cariocas. Um almoço para duas pessoas num restaurante simples não sai por menos de R$ 100,00 e mesmo os famosos "Pés-Sujos" (como são chamados os botecos por aqui) entraram na onda. E é bom lembrar que a elevação dos preços não foi acompanhada nem pelo aprimoramento dos pratos nem pela qualidade no atendimento.

Quanto a segurança urbana, basta uma rápida lida nos jornais para verificar que a situação está longe de ser tranquila. Assaltos a pedestres são rotina, principalmente em relação aos turistas. Até mesmo a polícia tem enfrentado sérias dificuldades com o recrudescimento da violência em áreas pacificadas.

Outro ponto que merece destaque é a (i)mobilidade urbana. A Prefeitura decidiu por remover o Elevado da Perimetral, uma importante via de escoamento que cortava o centro da cidade, sem que uma alternativa viável estivesse concluída. Como resultado o trânsito, que já não era dos melhores, encontra-se num estado caótico, sendo que a solução proposta várias vezes pelos órgãos públicos consiste em apelar aos cidadãos para que não venham ao centro!

E por falar em mobilidade, ao montar um roteiro que previa o uso de transporte coletivo verifiquei que as rotas de ônibus que constam no Google não foram alteradas para se adequar as alterações realizadas pela Prefeitura. Como resultado disto, o site informa, por exemplo, que determinadas linhas continuam passando pelo Aeroporto Santos Dumont, quando na verdade foram desviadas para percursos completamente diferentes e distantes de lá. Coloque-se no lugar de um visitante que não conhece a cidade e decide planejar seu deslocamento utilizando a ferramenta do Google. Sabe-se lá aonde irá parar...

Para completar, algumas categorias profissionais encarregadas de setores vitais estão aproveitando o momento para promover paralisações em busca de melhorias salarias. Aconteceu no Carnaval, quando os garis deixaram que o lixo se acumulasse por toda parte, forçando a Prefeitura a ceder para evitar o pior. Na semana passada foram os rodoviários que fizeram uma paralisação de 24 horas, deixando milhares de pessoas sem transporte para demonstrar seu poder de mobilização.

O recado está dado. Se quiser vir, venha sabendo o quê o espera.

O GSMA vai continuar publicando sugestões e dicas para que aqueles que venham nos visitar possam conhecer o lado bom do Rio e do Brasil. Boa viagem e boa sorte!

Em tempo: acabo de saber que os rodoviários marcaram nova paralisação, agora de 48 horas ...


domingo, 30 de março de 2014

Nenhum caminho leva ao Espaço Cultural da Marinha - Rio de Janeiro - RJ

Tapumes na Praça XV.

Ontem foi dia de gastar muita sola procurando o acesso ao Espaço Cultural da Marinha, infelizmente, sem sucesso. Devido as obras de derrubada da perimetral parte da Praça XV e da Av. Alfred Agache encontram-se bloqueados, o que é perfeitamente compreensível, diga-se de passagem. Em consequência o Espaço Cultural da Marinha encontra-se temporariamente fechado.


Tapumes no final da rua do Ouvidor.

O quê não dá para entender é como, numa cidade turística como o Rio de Janeiro, não há qualquer tipo de informação a respeito. Com centenas de metros de tapumes a disposição não encontramos sequer um cartaz informando sobre a interdição do acesso e/ou o fechamento temporário do Espaço. Nós e dezenas de turistas que se encontravam na mesma situação. Inclusive checamos o site da Marinha antes de decidirmos pela visita e nele consta os horários de funcionamento como se tudo estivesse normal!


Acesso bloqueado. Se não fosse o vigilante da obra ...

Depois de várias tentativas fomos informados por um dos vigias da obra sobre a interdição da passagem e o fechamento do Espaço da Marinha. Pelo menos este rapaz teve a preocupação de informar corretamente a situação, ao contrário dos responsáveis pelo transtorno.