sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

As Portas da Candelária - Rio de Janeiro - RJ


Conta a lenda que a Igreja da Candelária teve origem no século XVII, quando o casal espanhol Antônio Martins Palma e Leonor Gonçalves, ao se verem em perigo de naufragar, apelaram a Nossa Senhora da Candelária. Passado o apuro, aportaram no Rio de Janeiro e, em cumprimento da promessa, mandaram erguer uma ermida no local.

Com o passar do tempo a pequena ermida cresceu em tamanho e importância, vindo a tornar-se a primeira paróquia da cidade e, por ocasião da conclusão de sua cúpula atual, a construção mais alta da região. Sem sombra de dúvida é uma das principais obras artísticas do século XIX no Brasil, graças a contribuição de grandes artistas que deixaram sua marca, como João Zeferino da Costa, pintor e professor da Academia Imperial de Belas Artes. Zeferino foi responsável pelas pinturas murais no interior da Igreja, tendo contado com a ajuda de um time de bons pintores como Henrique Bernardelli, Oscar Pereira da Silva e o italiano Giambattista Castagneto, entre outros.


Uma das portas de bronze




Igreja da Candelária




Dentre todas as belas obras que ornamentam a Igreja da Candelária, sempre me chamou a atenção as portas de bronze  monumentais que estão logo na sua entrada. Estas portas são de autoria do escultor português Antonio Teixeira Lopes e foram instaladas em 1901.


A riqueza de detalhes é impressionante.

Detalhe da parte superior da porta principal.




Antonio Teixeira Lopes vem de uma família de arquitetos e escultores. Era filho do escultor José Joaquim Teixeira Lopes e de Raquel Pereira Meireles Teixeira Lopes e irmão do arquitecto José Teixeira Lopes, seu colaborador em muitos trabalhos. Em 1900 participou na Exposição Universal de Paris, tendo obtido um Grand Prix pela obra das portas da Candelária e a condecoração de Cavaleiro da Legião de Honra. Esse sucesso consolidou sua posição e, em 1901, assumiu o lugar de professor de escultura da Academia Portuense de Belas-Artes, que manteve até 1936. Aqui no Brasil, é responsável ainda pelo monumento funerário de Bento Gonçalves, na praça Tamandaré, na cidade gaúcha de Rio Grande.

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