sexta-feira, 7 de março de 2014

Ilha Grande - Angra dos Reis - RJ

Depois de fazer folia durante o carnaval, que tal um merecido descanso numa ilha com natureza exuberante, praias paradisíacas e, de quebra, muita história para contar? Estamos falando de Ilha Grande, destino turístico muito procurado tanto por quem curte turismo de aventura quanto por quem quer paz e tranquilidade.

Ilha Grande faz parte de um arquipélago de 187 ilhas, localizado na costa oeste do Estado do Rio de Janeiro, numa região também conhecida como Costa Verde. É um distrito do município de Angra dos Reis, com sede na Vila do Abraão. Fica próxima aos municípios  de Mangaratiba e Paraty. O mar predominante verde e calmo atrai os aficcionados por mergulho que vem apreciar sua rica biodiversidade e belos cenários. É bom saber que a ilha é uma área pública e mais de 80% de seu território pertence a União, na forma de áreas protegidas, as quais são administradas pelo Instituto Estadual do Ambiente - INEA.

Ilha Grande conta com diversas praias.


Devido a seu posicionamento estratégico a ilha serviu a diferentes propósitos, de acordo com a forma de ocupação do momento. Já foi lar dos índios Tamoios, ponto de receptação e distribuição de escravos e  abrigo de piratas. Também foi tomada por extensas lavouras de cana-de-açucar e, posteriormente, café que acarretaram seu quase total desmatamento.

No final do século XIX, por influência do Imperador D. Pedro II, decidiu-se que a Ilha iria abrigar um lazareto - espécie de hospital para imigrantes. O funcionamento do Lazareto seguia o mesmo critério adotado pelos navios com relação as classes de passageiros. Existiam pavilhões de 1ª, 2ª e 3ª classes. Haviam restaurantes, armazéns para cargas e bagagens, laboratório bacteriológico, enfermaria e farmácia, além de belos jardins. O Lazareto funcionou de 1886 até 1913 tendo atendido 4232 embarcações, das quais 3367 foram desinfetadas. Há registros de três passagens do Imperador Dom Pedro II pelo local: a primeira em abril de 1886, a segunda em agosto de 1889 e a terceira, curiosamente, como prisioneiro devido a proclamação da República. Foi em Ilha Grande que ele  aguardou o transporte que o levaria para o exílio.

Ruínas do aqueoduto.


Em 1889 o Lazareto passou por reformas e nesta época é construído o aqueoduto que está de pé até hoje. Em 1903 é construída a Colônia Penal de Dois Rios para presos comuns e em 1940 o antigo hospital é transformado em prisão, a Colônia Penal Cândido Mendes, destinada a presos políticos em função da Segunda Grande Guerra. Por aqui passaram figuras ilustres como Graciliano Ramos, Orígenes Lessa, Flores da Cunha, Agildo Barata, entre outros. Hoje existem apenas ruínas dos antigos presídios, as quais transformaram-se em pontos de visitação turística.

Atualmente a Ilha atrai um grande número de visitantes interessasdos em desfrutar de seus atrativos naturais. Graças a seu litoral recortado e relevo montanhoso, oferece uma grande variedade de atividades que incluem mergulho, trekking e montanhismo.


Grupo de artesãos na Vila do Abraão.


A ilha é um dos destinos preferidos pelos adeptos do trekking, com caminhadas de nível médio a pesado. Os caminhos oferecem diferentes paisagens, podendo passar em meio a mata, incluir escalada de morros e montanhas, cruzar rios, riachos, mangues, planícies, acompanhar o mar e/ou atravessar comunidades caiçaras.  Seja qual for o percurso escolhido, o cenário é espetacular.

As diversas praias existentes na ilha comunicam-se entre si através de trilhas. Ao todo, são 16 trilhas oficiais, sinalizadas por placas, com informações de tempo, distância e atrativos. Desta forma, o praticante pode planejar seu roteiro de forma personalizada, considerando disponibilidade de tempo e preparo físico. Roteiros mais “pesados” podem exigir a orientação de um guia experiente. A melhor época para prática de trekking é entre maio e julho ou outubro e novembro, quando a temperatura é amena e chove pouco.

Com águas cristalinas e uma rica diversidade de vida marinha, a Ilha Grande oferece ainda um atrativo que muito interessa aos mergulhadores: um grande número de naufrágios, constituídos basicamente de galeões europeus que naufragaram entre os séculos XVI e XIX devido a batalhas entre piratas, corsários e a Frota Imperial.

Para conhecer a Ilha, nada melhor que um passeio de barco.


O ponto culminante da ilha é o Pico da Pedra d´Água, com 1035 metros. Do seu topo, tem-se uma visão panorâmica (com cerca de 300º graus de ângulo aberto) de quase toda a Ilha Grande, do continente desde Angra dos Reis até a Restinga da Marambaia. Se o tempo estiver bem aberto, sem nebulosidade, é possível avistar a pedra da Gávea, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Em seguida vem o pico do Papagaio, com 982 metros de altitude. Embora não seja o mais alto, é o que apresenta mais desafios para ser alcançado, pois a trilha de acesso é  em mata fechada e o terreno bastante inclinado, com trechos pedregosos e varias árvores atravessadas no caminho.

Por-do-sol em Ilha Grande.

Fonte:

Ilha Grande. Disponível em http://www.ilhagrande.com.br/ . Acessado em 07 mar. 2014.

Como chegar:

A Companhia de Barcas mantém uma linha regular ligando Mangaratiba à Vila do Abraão em Ilha Grande e a passagem custa R$ 4,50. Para maiores detalhes sobre horários, visite o site da CCR Barcas clicando aqui.

É possível desembarcar também em Araçatiba ou Bananal, mas não há transporte público regular para estes locais. Para chegar até estes pontos é necessário possuir embarcação própria ou contratar um dos diversos passeios oferecidos pelas agências de turismo.

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