Durante décadas este refrigetante foi uma exclusividade maranhense, de modo que seu sabor original havia ficado apenas na lembrança. Por isso minha surpresa ao encontrá-lo a venda aqui no Rio de Janeiro na Feira de São Cristóvão. Claro que o lugar não poderia ser mais propício, pois a Feira é uma síntese de tudo que o Nordeste oferece em termos de gastronomia, música, folclore e arte popular.
Embalagem recebeu prêmio internacional de design. |
A bebida foi criada em 1927 pelo farmacêutico (ateu!) Jesus Norberto Gomes e acabou por se tornar o carro chefe da empresa criada por ele.
Jesus começou como aprendiz em uma farmácia de São Luiz, onde demonstrou talento para o ofício e adquiriu conhecimentos para desenvolver uma série de produtos, como o injetável contra a gripe intra-muscular “Gomegaya Jesus”, antigripal Jesus, peitoral Jesus e Jesulina (pasta dentifrícia). Contam que inicialmente a fórmula do guaraná seria para um remédio que não deu certo. Entretanto, o sabor agradou aos netos do famacêutico, que então decidiu comercializar o produto na forma de bebida.
Em 1963 morre Jesus Norberto Gomes e em 1980 os sucessores vendem a marca à Companhia Maranhense de Refrigerantes. Em 2001, a Coca-cola compra a marca e decide manter sua produção devido ao grande sucesso de vendas.
Em 2008 a Coca-Cola lançou uma campanha para que o povo maranhense escolhesse a nova identidade visual entre três propostas de embalagens, tendo sido vencedora a que remete a outro símbolo do Estado: os azulejos coloniais de São Luiz. Em 2010, esta campanha foi agraciada com a medalha de ouro de melhor estratégia de marketing no Prêmio Internacional de Excelência em Design, o Idea, a maior premiação mundial de design.
Nada mal para um velho boticário que começou sua trajetória nos fundos de uma pequena farmácia em São Luiz.
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